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Scot Consultoria

A grande farsa do Greenpeace


Segunda-feira, 2 de abril de 2012 - 09h40

Amazônida, engenheiro agrônomo geomensor, pós-graduado em Gestão Econômica do Meio Ambiente (mestrado) e Geoprocessamento (especialização).




* Reprodução permitida desde que citada a fonte.


Confira o vídeo publicado no site do Greenpeace ironicamente no dia 1º de abril: repare que o capataz da ONG no Brasil, Paulo Adário, afirma no vídeo que não existem planos de manejo nessa área. "Essa área aqui é 100% ilegal", diz Adário.

É mentira. Uma busca rápida no site da Secretaria de Meio Ambiente do estado do Pará mostra que existem 193 Autorizações para Exploração Florestal (Autef) só no município de Santarém, região onde foi feito o vídeo.

A madeira pode ainda ter sido extraída legalmente por meio de outro documento emitido pela SEMA-PA, a Autorização de Utilização. Existem várias expedidas para a região onde os ecotalibãs do Greenpeace fizeram esse vídeo.

Repare que todas as toras que aparecem no vídeo têm números pintados na cabeça. É o número de identificação da tora no Plano de Manejo Sustentável de onde elas provavelmente vieram. O número não é sentença de que a madeira é legal, mas o capo do Greenpeace, Paulo Adário, simplesmente não pode afirmar que a madeira é ilegal. Ela pode ter sido extraída legalmente. O que Adário fez foi uma ilação.

Veja o que diz a norma que regulamenta planos de manejo:

Instrução normativa/SEMA nº 05/2011, de 19 de maio de 2011 (SEMA-PA)

Art. 14º - É obrigatória a adoção de procedimentos que possibilitem o controle da origem da produção por meio do rastreamento da madeira das árvores exploradas, desde a sua localização na floresta até o seu local de desdobramento.

§ 1º - Cada tora deve ser relacionável com a árvore cortada através de uma identificação numérica.

§ 2º - Marcar cada árvore inventariada com uma placa permanente, mostrando o número da UPA, UT e número da árvore, que corresponde à listagem do inventário 100%.

§ 3º - Após a derruba, marcar através de pintura permanente, cada tora proveniente de um mesmo fuste, de maneira que possibilite identificar de que árvore e segmento do fuste pertence - Ex: UPA __, UT __, nº arv__1/n (onde n é igual a quantidade de segmentos proveniente do fuste).

§ 4º - Após a cubagem no pátio de estocagem de tora na mata, remarcar cada tora com um úmero, que possibilite relacionar a tora com a listagem do inventário.

Qualquer pessoa que conheça minimamente como as coisas acontecem na Amazônia sabe que o vídeo do Greenpeace é uma farsa. Mas Adário não fez o vídeo para gente como eu. Adário fez o vídeo para os jornalistas da urbe, e para os gringos que financiam as campanhas milionárias da ONG, para quem toda tora no chão é desmatamento, é crime, é destruição, é ocaso.

Com vídeos como esse, o Greenpeace mantém a população urbana e seus financiadores alarmados e amedrontados. Gente alarmada e amedrontada é muito mais disposta a contribuir financeiramente com o trabalho da ONG.

Planos de Manejo Florestal Sustentável são vistos pelos próprios ambientalistas como uma saída pra dar uso econômico às florestas da Amazônia. Quando Marina Silva foi ministra do meio ambiente ela e seus marinas boys lutaram duramente para aprovar a lei 11.284, conhecida como lei das concessões florestais. A lei baseia-se unicamente nos Planos de Manejo como forma de proteção das florestas amazônicas.

Se as toras vieram de um Plano de Manejo, como parece pelos números, elas são exemplos de uso racional e sustentável da floresta, não o contrário.

Eis aí mais uma farsa nos ecopilantras do Greenpeace.

Em tempo, os caras ainda tiram sarro publicando a lorota no dia 1º de abril, dia da mentira.


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