As incertezas quanto à produção mundial de soja fizeram com que os contratos futuros para o grão se valorizassem.
O mercado está atento principalmente às questões climáticas nos EUA. A especulação em torno da falta de chuva e interferência na produção e, conseqüentemente, nos preços mundiais, é muito grande.
Na China, os problemas climáticos também podem interferir nos preços da soja no futuro. Caso o país asiático produza menos, a importação do grão deve aumentar. E é aí que entra o Brasil, um importante fornecedor de soja. Isso pode impulsionar os preços internos. Ainda existem as intempéries climáticas na Índia, que porventura abastece mercados locais. O país compete, mesmo que de forma sutil, com o Brasil.
Caso a expectativa de safra seja frustrada pelo clima, as cotações da soja podem reagir. Nesse caso, seria um bom negócio armazenar o grão e vendê-lo no futuro. Mas, se a produção atingir os níveis esperados, quem armazenar pode ficar em situação complicada.
MILHO
O dólar influencia também as exportações brasileiras de milho e, conseqüentemente, inibe a valorização dos preços internos.
As vendas externas estão praticamente paralisadas. Para viabilizar as exportações, os preços devem seguir as cotações internacionais e, com o dólar desvalorizado, fica difícil alcançar competitividade no mercado internacional.
Informações do Porto de Paranaguá e Antonina relevam que nas primeiras três semanas de junho de 2005 foram embarcadas apenas 46 toneladas de milho. No mesmo período de 2004, o valor foi de 189,6 mil toneladas, queda de 99,9%.
A demanda interna também está lenta. As empresas adotam estratégias de comprar aos poucos, viabilizando a sustentação dos preços. Algumas, inclusive, preferem importar o grão, mesmo tendo que enfrentar a pesada burocracia para comprar, por exemplo, na Argentina. Assim, não estimulam os negócios internamente, mantendo o mercado morno.