O último levantamento para a safra 2008/09 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetou queda de produção de grãos no Brasil de 2,5%. A produção ora estimada é de 140,3 milhões de toneladas. A estimativa de queda na produção de soja e milho foi de 2% e 7,2%, respectivamente.
Entretanto, o levantamento não levou em consideração os atuais acontecimentos climáticos - principalmente os ocorrido na região Sul - e nem os ataques de pragas como os observados no Paraná. Sendo assim, projeções de outras fontes indicam que a queda na produção nacional pode ser maior, algo em torno de 5%.
O problema não está relacionado com a safra de verão, a crise financeira mundial eclodiu quando boa parte dos produtores já havia comprado a maioria dos insumos, o que oferece uma garantia maior nesta safra.
O que realmente causa preocupação é a safra de inverno. Esta será afetada tanto pela falta de crédito, quanto pelos preços que deverão ser afetados pela crise.
As incertezas continuam. Os preços da soja e do milho na Bolsa de Chicago (CBOT), após caírem na primeira semana de dezembro, reagiram na segunda semana deste mês. O motivo da reação foi a divulgação do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a oferta e a demanda. O relatório informa uma pequena retração nos estoques finais dos grãos.
Esse cenário de incerteza deve continuar por mais algum tempo, provavelmente durante este final de ano até o começo do próximo.
Com a estabilidade dos estoques mundiais em níveis reduzidos em função do desestímulo dos produtores, as cotações, por outro lado, devem ganhar força. A questão é exatamente quando.