A cultura do algodão ocupou na safra 2008/2009 cerca de 840 mil hectares. Isso significa uma redução por volta de 22% em relação aos 1,07 milhão de hectares plantados na safra anterior.
Na região Nordeste, segunda maior produtora nacional, os recuos ficaram em 12% na comparação com a temporada passada. Na Bahia, principal produtor da região, houve queda de 10% da área plantada.
O maior encolhimento aconteceu no Sudeste e no Centro-Oeste.
No Sudeste, a área de algodão caiu 40%, sendo que só em São Paulo a queda foi de 57%. Diante de preços deprimidos no mercado, a cultura perde cada vez mais espaço para outras atividades, principalmente para a cana-de-açúcar.
No Mato Grosso, maior produtor nacional, a área caiu de 541,8 mil hectares na safra 2007/2008 para 387,4 mil hectares na safra atual, um recuo de pouco mais de 28%.
A menor área plantada teve reflexo direto nos preços dos subprodutos. A demanda, em especial para atender os confinamentos de bovinos no
Centro-Oeste e Sudeste, fez as cotações do farelo e caroço de algodão subirem.
FARELO E CAROÇO DE ALGODÃO
De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o preço do farelo de algodão subiu pelo terceiro mês consecutivo.
Em São Paulo, o produto com 28% de proteína bruta está sendo vendido, em média, em R$513,00/tonelada, alta de 2,5% em relação a julho. No entanto, existem negócios em R$470,00/tonelada.
Em Goiás, onde se concentra grande parte dos bovinos confinados, a pressão do lado da demanda é maior.
Em agosto o preço do farelo subiu quase 7% e está cotado em R$520,00/tonelada (preço médio).
Vale destacar que, apesar das recentes altas, os atuais preços estão relativamente menores (entre 4% e 7%) em relação ao mesmo período de 2008.
No caso do caroço, as cotações subiram 4,7% em Goiás e 13% no Mato Grosso na comparação com o mês anterior.
A tendência no curto prazo é de alta, visto que há baixa disponibilidade do produto no mercado.