A retenção de soja, para a venda no último trimestre do ano, pode não ser compensadora. Isso porque a desvalorização do grão na Bolsa de Chicago e a política cambial derrubaram a margem de lucro dos produtores.
Os recuos na Bolsa ocorreram em função da análise das condições das lavouras no mundo, especialmente dos Estados Unidos, que superaram as expectativas. A produtividade pode ser maior que a esperada.
Uma possível recuperação nas cotações viria somente no ano que vem, caso exista ameaça à produção da América do Sul.
O problema maior atualmente está nos custos de produção e no transporte. O sojicultor enfrenta custos altos e, no momento da venda, em função do real valorizado em relação ao dólar, recebe menos pelo grão.
A situação de quem planta em regiões de fronteira pode ser ainda pior. Um dos fatores que interfere no custo com transporte é o diesel que, desde janeiro, subiu cerca de 12%, em reais nominais.
MILHO
Os preços do milho estão estáveis. Em algumas regiões, o mercado está sobre-ofertado.
Em Goiás e Mato Grosso, o governo está promovendo leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) para auxiliar na realocação da produção.
O PEP é um mecanismo utilizado no escoamento de estoques de produtores e cooperativas, com o intuito de dispor o excedente para locais onde a oferta do produto esteja menor.
Isso quando os preços estão abaixo do mínimo estipulado pelo governo.
Para o curtíssimo prazo a tendência é que as cotações permaneçam estáveis. A oferta está diminuindo, mas os armazéns, de modo geral, estão bem abastecidos, o que deve garantir o fluxo de negócios atual.
A preferência pelo sorgo ajudou a afrouxar o mercado do milho. Tanto que, em São Paulo, o sorgo subiu 16% nos últimos meses. Os preços subiram em função do aumento da demanda e pela dificuldade em encontrar fornecedores.