SOJA
Mesmo com área plantada menor, clima adverso em várias regiões do País, falta de capital para investimento na atividade (menos adubação, por exemplo) e problemas com a ferrugem asiática, estimativas dos órgãos oficiais indicam safra recorde. Mas as opiniões divergem em relação à estimativa de produção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) de 58,18 milhões de toneladas para a safra 2005/06.
Caso o número se concretize, seria um volume 13,0% maior que o colhido na última safra. Difícil de acreditar mediante tantos fatores contrários.
Enquanto isso os preços do grão seguem frouxos. A expansão da cultura nos últimos anos e o conseqüente aumento da produção é maior do que o mercado consegue absorver. As cotações da soja estão baixas em termos mundiais. Pior para países, como o Brasil, que contam com o câmbio desfavorável, mas fracas para todos.
E a tendência é de preços frouxos no curto/médio prazo. Os Estados Unidos, maiores produtores da soja no mundo devem exportar menor volume de soja em 2006, o que pode pressionar ainda mais as cotações na Bolsa de Chicago, dificultando a recuperação das cotações.
MILHO
A falta de chuvas nas últimas semanas prejudicou as lavouras de milho em algumas regiões. As perdas são menores que as decorrentes do clima adverso na última safra.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, é esperada uma produtividade 120% maior que na última safra, mesmo com a quebra de 8,30% no potencial produtivo. Conseqüência da seca de 2005.
As lavouras de milho de Minas Gerais também foram afetadas pelo clima. Primeiro o excesso, depois a carência de chuva. Estimativas indicam retração de 16,80% na produção, recuo de 6,30 milhões para 5,23 milhões de toneladas.
O Nordeste também sofre com as intempéries. A Bahia está entre os Estados mais afetados, com recuo médio de 5,30% na produtividade.
Os preços estão estáveis. Mas a divulgação de quebra de safra em algumas localidades pode provocar a recuperação das cotações, mesmo em tempo de colheita e nova safra sendo posta à venda.
Outro fator favorável são os estoques de passagem menores. Nesse ano, estão próximos a 2,06 milhões de toneladas. Em 2005, esteve próximo a 5,72 milhões.