Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Pacote de auxílio para a agricultura

por Maria Gabriela Tonini

Quinta-feira, 1 de junho de 2006 - 20h11

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PACOTE

O pacote do governo para socorrer a agricultura não agradou. Os produtores, especialmente os de Mato Grosso, descontentes com as medidas, reiniciaram os protestos menos de uma semana depois do pacote, que eles chamaram de embrulho.

Segundo os manifestantes, o plano anunciado pelo governo federal atende apenas 30% das reivindicações da categoria. Os produtores querem a desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre o óleo diesel em Mato Grosso. Daí a continuidade da manifestação.

O Ministro da Agricultura afirmou que algumas questões, relativas à área tributária ainda estão sendo estudadas. Não houve tempo suficiente para que assuntos estruturais fossem estudados, por envolverem implicações com a Receita Federal e o Tesouro Nacional.

Enquanto o acordo não é selado, os produtores, além dos bloqueios, definem calendário para as manifestações. Estão incluídas palestras em escolas, faculdades e associações para esclarecer as razões da crise agropecuária e as conseqüências para a economia do País. MERCADO

Enquanto seguem os protestos e negociações entre governo e agricultores, o mercado de grãos prossegue lento.

Ao longo da última semana, houve suave valorização dos preços do milho e soja. O causador do discreto aumento das cotações foi o câmbio mais forte. Com o dólar ligeiramente mais valorizado, os negócios tiveram um pouco mais de fôlego.

O clima desfavorável tem reduzido a estimativa da safrinha de milho, estimulando a recuperação dos preços do grão.

Para a soja, as ações coordenadas pelo governo, envolvendo o PEP (Prêmio de Escoamento de Produção) e PROP (Prêmio de Risco de Opção Privada) têm auxiliado, mesmo que discretamente, no escoamento da produção. No primeiro caso, existe um incentivo para que a produção em localidades com maior oferta seja negociada, pois é oferecido auxílio para os gastos com frete. No segundo caso existe a fixação de um preço mínimo, e o produtor, cujo produto é negociado através de corretoras de mercadorias, tem o direito da venda da sua produção nesses preços. Essas medidas ajudam, mas poderiam ser mais eficientes se fossem mais divulgadas e há mais tempo.