A produção de biodiesel, que teve início, de maneira comercial, em 2005, cria boas expectativas para o cultivo de soja no País.
Isso porque a soja é uma das matérias-primas mais indicadas para a produção do combustível, em função da voluptuosidade da safra, da boa produção de óleo e pela existência de uma cadeia já bem estabelecida e estruturada.
Porém, considerando que já existem outros importantes usos para a soja no Brasil, como sua utilização em rações ou mesmo exportação, o aumento de demanda para a produção de biodiesel deve afetar o mercado, deixando-o mais enxuto e com preços firmes.
A expectativa da safra de soja para 2006/07, entretanto, não sinaliza os efeitos de uma possível expansão do plantio como resultado do incentivo à produção de biodiesel. Isso se deve, entre outros motivos, ao incentivo governamental para a produção de outras matérias-primas, provenientes da agricultura familiar.
Segundo a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área de soja deve se reduzir entre 4,9% e 7,1%, enquanto a produtividade deve crescer 8,7%. Com isso, a previsão é de aumento na safra de soja, apesar do mesmo não ser esperado para a produção de farelo e óleo.
Caso as perspectivas favoráveis para a produção de biodiesel se concretizem, espera-se, em médio prazo, um aumento expressivo na produção de óleo de soja e um provável excedente de farelo de soja.
Esse cenário, entretanto, deve ser observado apenas para a safra 2007/08. Porém, já é possível observar a recuperação nos preços da soja (veja figura 1). Veja, pela linha de tendência do gráfico, que, ao longo de 2006, as cotações subiram significativamente.