Depois de três anos de preços baixos, e conseqüente endividamento, os produtores brasileiros de grãos estão tentando dar a volta por cima.
A safra 2006/07, embora tenha batido recorde de produção devido ao clima favorável, não teve preços tão bons. Os agricultores esperam melhores resultados para a safra 2007/08.
A RENEGOCIAÇÃO DAS DÍVIDAS
Além disso, o setor teve que travar várias batalhas com o Governo para conseguir renegociar as dívidas com os fornecedores. Pretensão que ainda não saiu do papel.
O ano agrícola começou com investimentos retraídos, bancos e empresas limitando crédito ao produtor, mas o aumento dos preços das commodities - soja e milho principalmente - animou os produtores.
OS PREÇOS
O aumento nas cotações da soja foi causado pelos baixos estoques mundiais e pela procura para a produção de biodiesel. Já para o milho, a forte demanda por etanol nos EUA, a alta do petróleo e os embarques do cereal para a Europa puxaram as cotações no Brasil.
Os preços em alta das commodities provocaram o aumento da inflação dos produtos alimentícios à base de grãos em várias partes do mundo.
A safra 2007/08 promete ser a melhor da história do país. A cotação da soja alcançou o maior patamar em 34 anos na Bolsa de Chicago (CBOT), e o milho tem o maior valor dos últimos 11 anos.
CUSTO DE PRODUÇÃO
Mesmo com os preços atraentes e melhoria de renda dos agricultores, nem tudo foi bom em 2007. Os juros do crédito rural caíram de 8,75% para 6,75%, mas o custo do capital para os produtores continua alto, sem falar no aumento no custo de produção, que tiveram fertilizantes e glifosatos como os principais vilões.
O dólar desvalorizado e a precariedade da infra-estrutura brasileira também contribuíram para reduzir a rentabilidade do produtor.
BAIXA OFERTA DE GRÃOS
Com relação às indústrias dependentes de grãos, estas sofreram com a oferta menor, sobretudo de milho no mercado interno e esperam um parecer para a importação do milho modificado geneticamente. As que utilizam a soja como matéria-prima, operaram com ociosidade devido à escassez da oleaginosa no mercado nacional.
LA NIÑA
Daqui para frente resta esperar a colheita e torcer para que os efeitos do La Niña sejam os menores possíveis.
A seca no início da safra atrasou os plantios em várias regiões do País, podendo retardar a safrinha. Além disso, as previsões meteorológicas para 2008 não são muito otimistas, o que já indica uma possibilidade de queda de produção no Sul do Brasil.
VENDAS ANTECIPADAS
Outro fato que marcou 2007 foi o aumento das vendas antecipadas de soja e milho no mercado futuro, a fim de garantir os bons preços das commodities.
PARA 2008
Os preços devem se manter firmes ao menos até a colheita brasileira, quando se terá uma melhor idéia da produção nacional. Além do mais, a demanda mundial de grãos só tende a aumentar.