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A carne "tá" pegando fogo: atacado em alta, mas o varejo "tá" na dieta!

por Equipe Scot Consultoria
Sexta-feira, 18 de outubro de 2024 -16h00

No segmento de carne com osso, os aumentos nos preços foram significativos. A carcaça do boi casado capão registrou alta de 8,0%, sendo negociada em R$20,90/kg. Já a carcaça do boi casado inteiro acompanhou esse movimento, com uma elevação de 7,2%, alcançando R$20,20/kg. Os cortes de fêmeas também mostraram fortes valorizações: a cotação da carcaça da vaca casada subiu 9,0%, cotada em R$20,00/kg, enquanto a da novilha casada teve uma alta de 8,0%, atingindo R$20,20/kg.


Esses aumentos refletem o cenário de oferta limitada de gado para abate, somado à demanda robusta por carne bovina no exterior, especialmente na China, o que também aquece o mercado doméstico.


No mercado de carne sem osso no atacado, houve um aumento de 2,0% na última semana. A alcatra completa foi destaque entre os cortes traseiros, com valorização de 2,7%, enquanto o coxão mole subiu 1,5% e a fraldinha teve alta mais moderada, de 0,7%. Entre os cortes dianteiros, o cupim apresentou acréscimo de 2,1%, confirmando a tendência de alta generalizada nos preços no atacado.


Já no varejo, a situação é mais comedida. Embora alguns estados tenham registrado aumentos, como o Paraná, com uma alta de 5,4%, outros estados mostraram estabilidade ou variações pouco expressivas. Em São Paulo, os preços tiveram leve elevação (0,6%), com algumas quedas em cortes como o acém (-2,4%) e a paleta (-1,2%). No Rio de Janeiro, a variação foi mínima, com um aumento geral de apenas 0,1%, enquanto em Minas Gerais o crescimento foi de 0,6%.


Perspectivas para o mercado de carnes


Com a proximidade do final de outubro e a oferta ainda limitada de animais, o mercado de carne bovina deve seguir firme no atacado, impulsionado pela demanda interna e pelas exportações, que continuam aquecidas. 


Entretanto, o varejo tende a enfrentar um cenário de resistência mais forte por parte dos consumidores, especialmente em função do encarecimento contínuo e do orçamento doméstico apertado na segunda quinzena.


A chegada das chuvas pode aliviar um pouco a pressão sobre a oferta, mas o impacto nos preços não será imediato, já que a recomposição dos rebanhos ainda deve demorar. No curto prazo, espera-se que os preços no atacado sigam elevados, enquanto o varejo tenta equilibrar o repasse dos custos, com as vendas possivelmente desacelerando.


A dinâmica entre oferta, demanda e o comportamento dos consumidores continuará ditando o ritmo do mercado, que deve manter um cenário de volatilidade entre os diferentes elos da cadeia.


Tabela 1.
Preços médios dos cortes sem osso no mercado atacadista de São Paulo, em R$/kg.

Fonte: Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br


Tabela 2.
Preços médios dos cortes no mercado varejista na semana, em R$/kg.

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Tabela 3.
Preços médios dos cortes sem osso no mercado varejista de São Paulo, em R$/kg.


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