Em época de estiagem, com período mais crítico de junho a setembro em boa parte do Brasil, a quantidade e a qualidade das pastagens ficam limitadas. Com a seca, o capim tem um crescimento menor e fica com o valor nutricional reduzido. Por isso, é fundamental que os produtores rurais planejem, com antecedência, as técnicas de suplementação animal para não serem surpreendidos neste período, o que pode comprometer o desempenho dos animais criados no pasto.
Os principais prejuízos são causados pela diminuição do crescimento e perda de peso dos animais, diminuição da produção de leite e na taxa de fertilidade, elevação da taxa de mortalidade e maior predisposição a doenças.
Segundo o pesquisador da Embrapa Rondônia (Porto Velho), Claudio Ramalho Townsend, a suplementação alimentar, durante a estiagem, é essencial para atenuar esses problemas e proporcionar ao animal uma alimentação adequada. Entre as alternativas práticas e economicamente viáveis para alimentar o rebanho neste período estão a utilização de cana-de-açúcar e uréia; capineiras; bancos de proteína; diferimento de pastagens e silagem.
A mistura cana-de-açúcar e uréia é um suplemento alimentar que serve como fonte de energia. A pesquisadora da Embrapa Rondônia, Ana Karina Salman, explica que a adição da uréia à cana é indicada para corrigir o baixo teor de proteína do vegetal. O produtor deve tomar cuidado, no entanto, para não adicionar mais uréia do que o necessário.
O capim-elefante tem sido muito utilizado para a produção de capineira. De fácil cultivo, a planta é resistente a pragas e doenças, produz bastante forragem, tem alto valor nutritivo e boa palatabilidade. Deve ser manejada no período chuvoso para não perder sua proteína.
As leguminosas contêm muita proteína e apresentam facilidade de digestão. Além disso, pela capacidade de fixação do nitrogênio da atmosfera, incorporam quantidades consideráveis deste nutriente, contribuindo para a melhoria da fertilidade do solo. As leguminosas podem ser plantadas em piquetes exclusivos denominados bancos de proteína.
O diferimento consiste em suspender a utilização da pastagem entre meados e o fim do período chuvoso para favorecer o acúmulo de forragem a ser utilizada durante a época seca. “A utilização deve ser bem planejada para que esta área não seja vulnerável a focos de incêndio”, orienta Townsend.
Outra alternativa recomendada para enfrentar a estiagem é a produção de silagem que apresenta mais independência em relação às condições climáticas, resultando em menores perdas e na possibilidade de mecanização de todo o processo, incluindo cultivo, colheita, transporte, ensilagem, remoção e distribuição da silagem. O milho e o sorgo, pela facilidade de cultivo, elevados rendimentos e, principalmente pela qualidade da forragem, são as espécies mais apropriadas para essa produção.
Fonte: Globo Rural. Pela Redação. 28 de agosto de 2011.