Nos próximos quatro anos, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – que compõem o bloco de países emergentes conhecido como Brics -, vão atuar estrategicamente para o fortalecimento da agricultura mundial, segundo informações do Ministério da Agricultura.
Os ministros da Agricultura do grupo se reuniram nesta semana em Chengdu, na China, e, no encontro, o bloco aprovou um plano de ação a ser implantado no período de 2012 a 2016, com fomento às ações de tecnologia, informação, mudanças climáticas e abastecimento.
O secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Célio Porto, representou o ministro Mendes Ribeiro Filho. “Além da criação do sistema de troca de informações entre os países dos Brics, cuja implantação será coordenada pela China, foi aprovado o fomento às ações de redução do impacto das mudanças climáticas na agricultura”, destaca Célio Porto. Com a coordenação da África do Sul, o grupo pretende garantir a segurança alimentar e fomentar a adaptação da agricultura às mudanças climáticas.
A criação de estratégias que assegurem o acesso à alimentação por parte das camadas mais vulneráveis da população também foi aprovada na reunião. A medida será coordenada pelo Brasil, mais especificamente pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Já a Índia ficará responsável pela implantação do plano de estímulo à cooperação em inovação e tecnologia agrícola. “Os representantes do bloco também manifestaram interesse em incentivar o desenvolvimento sustentável da agricultura e discutir as atuais distorções no comércio agrícola mundial”.
Durante o encontro, os representantes do Brics manifestaram a intenção de intensificar a cooperação técnica com os países africanos. “O objetivo é ajudá-los a melhorar a capacidade produtiva, via transferência de tecnologia, treinamento de pessoal, troca de experiências sobre políticas agrícolas bem sucedidas e ajuda alimentar”, explica o Célio Porto.
Foi firmado, ainda, o compromisso de intensificar a troca e melhorar a qualidade das informações agrícolas (safras, estoques, exportações e importações), de forma a aumentar a previsibilidade e reduzir a volatilidade dos preços agrícolas. “Os representantes do bloco também se comprometeram a adotar medidas para estimular os investimentos na agricultura, acelerar a adoção das inovações na área de biotecnologia e buscar alternativas que permitam o crescimento simultâneo da produção de biocombustíveis e de alimentos”, destaca Porto.
Fonte: Globo Rural. Pela Redação. 4 de novembro de 2011.