O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL), Carlos Sperotto, afirmou nesta terça-feira (14/02), em Porto Alegre (RS), que o Brasil tem adotado práticas sustentáveis no setor agropecuário, o que não tem ocorrido em outros países, inclusive entre grandes produtores mundiais de grãos e carnes. “Não vejo em outros países movimentos como o que estamos vendo no Brasil”, afirmou na abertura do quarto seminário de capacitação em Agricultura de Baixo Carbono.
Sperotto lembrou que 61% do território brasileiro estão preservados com florestas nativas, condição que não é vista em nenhum outro país, e, mesmo assim, o Brasil tem debatido o tema sustentabilidade, investindo em novas tecnologias. O seminário, iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com a Embaixada Britânica, já foi realizado em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA), com o objetivo de difundir informações sobre o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), do governo federal, que disponibiliza recursos para práticas sustentáveis.
No seminário, o pesquisador José Pereira da Silva Júnior, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Trigo, também destacou a posição do Brasil nesse debate e ressaltou que o país tem avançado nas discussões sobre sustentabilidade e preservação ambiental, apesar do “retrocesso mundial”. Segundo ele, “outros países estão abandonando seus compromissos, o que é um retrocesso”. Afirmou, ainda, que “o Brasil não abandonou o debate e tem avançado nesse tema”, referindo-se à decisão de alguns países de anunciarem que não cumpriram as metas estabelecidas anteriormente por meio do Protocolo de Kyoto.
O pesquisador citou o compromisso assumido pelo Brasil durante a Conferência das Partes (COP) 15, de Copenhague, na Dinamarca, de redução das emissões até 2020, entre 36,1% e 38,9%, deixando de emitir 1 bilhão de CO2 equivalente. Para atingir essa meta, foi definida uma série de ações voluntárias, entre elas a redução do desmatamento (de 80% na Amazônia e 40% no Cerrado). Também foram estabelecidas como prioridades a recuperação de pastagens degradadas e a ampliação da eficácia energética.
Fonte: CNA. Pela Redação. 14 de fevereiro de 2012.