REDUÇÃO DA EMISSÃO DE C02
Tenho um amigo na Holanda que é sócio fundador de uma empresa que comercializa créditos de carbono em nível internacional.
Ele esteve no Brasil em viagens de negócio algumas vezes e recentemente nos falamos.
Ele comentou que os negócios dele no Brasil avançaram muito pouco. Saiu apenas um projeto pequeno no Mato Grosso relacionado à preservação de floresta.
Comentei que, aqui no Brasil, o tema de preservação da floresta está na mídia diariamente, incluindo o regime de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD).
A idéia do REDD é que os países ricos paguem pela preservação.
Aí veio a minha surpresa. Ele me disse que concorda com a tese, mas teme que o pagamento seja realizado e que, mesmo assim, a floresta venha ao chão.
Não posso afirmar que este seja o pensamento coletivo dos europeus sobre o REDD. Porém, acredito que não fuja muito disso.
ALIMENTAÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
Também tenho uma tia na Holanda que me mandou um caderno especial do jornal Trouw, nome que traduzido para o português significa “Fiel”.
O jornal circula em Amsterdam e região, com uma tiragem diária de aproximadamente 100 mil exemplares.
O caderno especial era sobre alimentação sustentável, de autoria de Kees de Vré.
De novo me surpreendi. Agora, com duas matérias, cujos títulos traduzi livremente para “Alimento de Verdade – Comida não sai da fábrica” e “Agricultura Urbana – Cultivo na cidade tem vantagens”. A primeira contra a indústria da alimentação. Ambas em defesa da produção local e regional de alimentos.
A primeira também estampava os “fatos e dados”, da figura 1.
Felizmente, também encontrei como contraponto uma terceira matéria intitulada, numa tradução livre, “Pense Grande – Uma horta residencial não alimenta o mundo”. Nela aparecem as necessidades de produção em larga escala, com uso eficiente de insumos como água e adubos, para fornecer alimento barato para as grandes cidades.
O NOSSO LADO
Nós brasileiros vemos na exportação de alimentos e biocombustíveis uma grande oportunidade de crescimento econômico.
Para tanto, precisamos conquistar a confiança e atender às necessidades dos países importadores. Precisamos conhecer o outro lado.
Ao mesmo tempo, precisamos demonstrar que somos dignos de confiança e como vamos atender às necessidades dos países importadores de forma sustentável.
Tomara que a revisão do nosso Código Florestal, em andamento no Congresso Nacional, consiga conciliar produção agrícola e preservação da floresta.
Eles também precisam conhecer o nosso lado.
A negociação do REDD no âmbito do novo tratado mundial sobre mudanças climáticas, em dezembro, em Copenhagen, é uma ótima oportunidade de exposição e defesa dos nossos interesses.
Os dois lados precisarão usar a razão e controlar a emoção.