O Instituto Americano da Carne (AMI) em conjunto com a Associação de Ciência da Carne Americana (AMSA) estão assumindo o lobby ambiental sobre os efeitos do aquecimento global da produção pecuária.
AMI (em inglês, American Meat Institute) é uma associação comercial norte-americana que representa empresas que processam 95% da carne vermelha e 70% da carne de peru dos Estados Unidos e de seus fornecedores em toda a América.
AMSA (em inglês, American Meat Science Association) promove o desenvolvimento comunitário e profissional entre os indivíduos que criam e aplicam a ciência de forma eficiente para fornecer carne segura e de qualidade (carne bovina, suína e de cordeiro, aves, peixe/mariscos e carne de outras espécies manejadas).
O desafio vem no quarto volume de um total de sete novos vídeos que o AMI afirma ter como objetivo mostrar os mitos associados ao impacto ambiental da produção de carne.
Não só os Estados Unidos, como também a Austrália, por intermédio do Meat & Livestock Australia (MLA) têm investido em esclarecimentos a favor da carne, que nos últimos anos tem recebido críticas severas. Os resultados para a cadeia e imagem da carne australiana, têm sido positivos.
O vídeo, com o Dr. Judith Capper, professor associado do Departamento de Ciências Animais da Universidade Estadual de Washington, aponta para uma citação de um trabalho FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), que foi amplamente divulgado em 2006, alegando que "o gado é responsável por 18% dos gases de efeito estufa, uma fatia maior do que o transporte”.
A AMI disse que esse erro não foi contestado por vários anos até que o Dr. Frank Mitloehner, da Universidade Davis da Califórnia, analisou a alegação da FAO e descobriu que o cálculo foi baseado em uma aplicação desigual das avaliações de ciclo de vida.
A verdadeira contribuição do setor da pecuária para as emissões de gases de efeito estufa é de aproximadamente 3%, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).
O Brasil, que produz bovinos de forma predominantemente extensiva, demora mais tempo para abater um animal do que os Estados Unidos, o que faz com que a emissão de gases de efeito estufa por quilo de carne produzida seja superior à observada pelo Dr. Frank Mitloehner.
"A carne teve uma incrível contribuição ao longo dos últimos 30 anos", disse o Dr. Capper. Avanços no manejo, nutrição, genética e bem-estar tornaram nossas fazendas mais produtivas, mais eficientes... Cortamos a pegada de carbono total por quilo de carne de 18%."
Os avanços nos índices zootécnicos mundiais têm contribuído para reduzir a emissão de gases de efeito estufa por quilo de carne produzida. Redução de índices como idade de abate e intervalo entre partos são essenciais para ser cada vez mais eficiente.
Fonte: TheCattleSite.com. Adaptado, traduzido e comentado (em azul) por Jéssyca Guerra, zootecnista, analista júnior da Scot Consultoria.