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Apesar da queda dos preços de carne bovina no atacado, margem da indústria segue em bons patamares

por Equipe Scot Consultoria
Terça-feira, 19 de janeiro de 2010 -09h40
O mercado do boi gordo trabalhou firme nas duas primeiras semanas do ano. O cenário foi reflexo da menor disponibilidade de animais para abate decorrente da ausência de vendedores. No entanto, segundo o analista Rafael Ribeiro de Lima Filho, da Scot Consultoria, a oferta de gado melhorou ao longo do mês e, com escalas mais confortáveis, os frigoríficos passaram a exercer pressão de baixa sobre os preços da arroba.

Em janeiro, normalmente o consumo de carne bovina é menor, principalmente para os cortes de primeira. Este fato pode ser percebido através da queda de preço da carne no atacado: nas últimas semanas a desvalorização do traseiro foi de 9%.

Mas, apesar dessa queda no preço da carne, a margem de comercialização entre os equivalentes calculados pela Scot Consultoria, comparado com o preço da arroba do boi gordo, indica que a situação da indústria não é ruim. “Hoje o equivalente físico (48% traseiro +39% dianteiro + 13% de ponta de agulha) está em R$69,23, uma defasagem em relação à arroba do boi, que está em R$75, a prazo, livre de funrural em São Paulo de 7,7%”, afirma Lima Filho.

A defasagem média do equivalente físico em relação ao preço da arroba do boi, nos meses de janeiro, é de 10,2%. O quem tem garantido uma boa margem para os frigoríficos é a própria queda do preço da arroba. Depois de um final de ano e começo de 2010 mais firme, as cotações caíram 1,6% em relação a primeira semana de janeiro. Os preços do dianteiro e ponta de agulha caíram menos. Enquanto o traseiro caiu 9% ao longo do mês, o dianteiro caiu 2,8% e a ponta de agulha, permaneceu praticamente estável.

“Esta situação permite, caso haja escassez de matéria prima, que os compradores paguem mais pela arroba do boi. Este é o cenário atual, cuja disponibilidade de animais para abate está aumentando gradativamente, no entanto, as pastagens em boas condições permitem a venda, sem pressa”, completa o analista.

Fonte: Globo Rural. 19 de janeiro de 2010.