Dados divulgados pela Asbia apontam que foram comercializados 9,2 milhões de doses de sêmen em 2009, um aumento de 11,65% em relação ao ano anterior
Segundo relatório da Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial) foram comercializadas em 2009 no Brasil 9.160.863 doses, 11,65% a mais do que em 2008. Para a entidade, o crescimento da inseminação artificial no País nos últimos 10 anos foi maior para as raças leiteiras, que apresentaram uma evolução de 68,89%, enquanto as raças de corte tiveram evolução de 51,9% no mesmo período. Mesmo assim, em 2009, o crescimento foi maior para as raças de corte, que juntas comercializaram 5.213.030 doses, contra 3.947.833 doses das raças de leite.
“Seguramente, a melhor forma de avaliar este mercado é trabalhar um período mais amplo, analisando o comportamento de mercado, o preço do leite, a cotação da carne. Hoje, o produtor sabe as vantagens da inseminação, já que tem a necessidade de um produto geneticamente superior, e ele encontra esse benefício através da inseminação”, comenta o zootecnista Alexandre Ramos Lima, gerente de negócios da ABS Pecplan e membro da Asbia.
Para o zootecnista, a pecuária leiteira vai registrar um crescimento muito grande no setor de inseminação artificial, como está ocorrendo no mundo todo, pois o produtor percebe as vantagens de ter acesso a essas tecnologias que permitem melhorar a parte reprodutiva do rebanho, além do ganho nutricional. “É um casamento, entre o manejo e a genética”, diz Lima.
“A inseminação artificial é viável para o pecuarista, observando os procedimentos corretos, que pode ter uma taxa de 95% de fertilidade no rebanho. É uma técnica que reduz os custos com a manutenção de um touro para a monta natural na fazenda, já que as doses comerciais variam de R$7,00 a R$15,00. Desde 2006 o setor registra um crescimento que reflete a boa fase do ciclo pecuário”, explica Lígia Pimentel, da Scot Consultoria.
O representante da Asbia revela que com o uso de novas técnicas, o pecuarista percebeu que haveria uma falta de bezerros ainda no ano passado, e apostou no mercado futuro, fazendo a reposição de bezerros em quantidade e qualidade, com o uso de uma técnica chamada IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), que possibilita adequar o custo dentro dos valores de mercado, tornando esse trabalho viável para o gado de corte.
“A indústria vai reorganizar o mercado, pagando melhor por uma carne de qualidade. O produtor está vendo que fazer o cruzamento com touro a campo, apresenta dificuldades no cruzamento de zebuínos com raças de corte especializadas, como angus e simental, então a saída é a inseminação, que é um caminho rápido e seguro”, analisa o zootecnista da ABS Pecplan.
Ranking das raças
As raças zebuínas foram mais uma vez destaque nas vendas divulgadas pelo relatório. A raça nelore foi responsável pela comercialização de 2.291.025 doses de sêmen, seguida da gir leiteira com 579.233 doses, e na sequência a raça nelore mocha com 245.682 e a raça brahman, que comercializou 245.219 doses em 2009. Já a guzerá comercializou 135.900 doses, a tabapuã 86.765 doses, indubrasil 4.421 doses e sindi 3.451 doses. O guzerá leiteiro comercializou 34.292, enquanto o gir leiteiro mocho vendeu 1.470 doses.
A evolução das raças de corte nos últimos cinco anos apontou um crescimento expressivo das raças brahman de 37,54%, guzerá de 36,82%, gir de 18,87% e uma evolução significativa da raça sindi de 621,97%.
Fonte: Campo News. Por Bruno Sales. 24 de março de 2010