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Fórum Canal Rural discute fim da vacinação contra aftosa no RS

por Equipe Scot Consultoria
Quinta-feira, 2 de setembro de 2010 -08h52
Cerca de 99% do gado é vacinado no Estado



A possibilidade de retirada da vacina contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul foi o principal tema discutido no Fórum Canal Rural: Sanidade e Mercados na Cadeia da Carne, durante a Expointer 2010, em Esteio (RS). Com 99% do gado vacinado atualmente, pecuaristas e representantes da cadeia estudam a eliminação da vacina na busca por novos mercados como o do Japão, maior importador de carne bovina do mundo.

Porém, nem todos os estudiosos são favoráveis à medida. Para o diretor-presidente da Scot Consultoria, Alcides Torres, a experiência de 2000, quando o Rio Grande do Sul optou por retirar a vacina e foi atingido pela doença, mostrou o quanto a medida é arriscada.

— A medida restringe movimentação do gado, aumenta o risco em relação à sanidade e à insegurança nas fronteiras ao norte da Argentina e Paraguai, além dos riscos de volta da doença, o que seria muito caro e prejudicial para a nossa reputação — disse Torres.

O professor de zootecnia da Faculdade de Agronomia da UFRGS, José Fernando Piva Lobato, acredita que é preciso muito estudo para que qualquer medida seja tomada.

— Como estão as nossas vizinhanças? Estou tranquilo quanto ao Uruguai e Argentina, que estão livres da doença. Mas Equador, Colômbia e Bolívia me preocupam — declarou.

Para o coordenador de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, a vacinação contra a aftosa não é o único empecilho para a abertura de mercado.

— O Japão e a Europa não se importam por causa da vacinação, mas há pouco tempo foram registrados focos da doença nos locais. Há muito protecionismo. Quando o Brasil ficar sem a vacina, vão surgir outras barreiras — avaliou Sampaio.

Enquanto nada é decidido, representantes querem diálogo e análise antes que qualquer medida seja tomada.

– Hoje temos uma situação bastante tranqüila com relação à aftosa, mas com o controle — conclui Sampaio.

Fonte: Canal Rural. Por Bruna Machado, 2 de setembro de 2010.