A pouca disponibilidade de animais para abate contribuiu para dar sustentação aos preços do boi gordo no mercado interno, apesar da suspensão da importação da carne bovina brasileira pela União Européia. Na queda de braço entre produtores e frigoríficos, parece que os primeiros levaram a melhor.
Desde o embargo europeu, o mercado pecuário vinha trabalhando sob forte pressão de baixa. Em algumas regiões, como Goiânia, a desvalorização chegou a 14%. “Alguns frigoríficos chegaram a derrubar em até R$10,00 as cotações da arroba do boi gordo, de um dia para o outro.
Mas as negociações literalmente travaram”, segundo o zootecnista Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria.
Mesmo com as escalas de abate curtas e muitas empresas frigoríficas operando com grande capacidade ociosa - acima de 50% - os frigoríficos insistiram na baixa. “Os produtores, porém, vendendo apenas o estritamente necessário, resistiram à pressão”, afirma Tito Rosa.
Como resultado o mercado voltou a trabalhar em ambiente firme. Das 28 praças consultadas pela Scot Consultoria ontem, seis registram alta e outras 19 continuaram estáveis. De acordo com o zootecnista, a tendência, para outras regiões, também é de alta.
Em Rondônia, o preço da arroba do boi gordo subiu 1,7% nesta semana, sendo cotada a R$ 58,60 a vista ou R$ 61 a prazo, para descontar o funrural, de balcão.
Fonte: O Nortão. Economia. Por: Juliana Coelho. 14 de fevereiro de 2008.