Produtor consegue resultados melhores, porém é preciso investir mais
A suplementação do rebanho bovino passou a ser uma estratégia para o pecuarista que quer otimizar a produção e obter resultados precoces. No mercado existem diversos suplementos com funções específicas, como a de aumentar a produção de leite, o ganho de peso, facilitar o desmame, regular de cio, melhorando assim o resultado da inseminação artificial, entre outros benefícios.
“O pecuarista está descobrindo as vantagens de suplementar o rebanho. Hoje, isso passa a ser visto como um investimento. Nada acontece da noite para o dia. Os resultados da suplementação aparecem após os três meses, é um investimento a longo prazo, mas com resultados garantidos”, explica o engenheiro agrônomo Fernando Penteado Cardoso Filho, presidente da Connan (Companhia Nacional de Nutrição Animal).
Comparando um animal criado a pasto, sem suplementação, os números demonstram os resultados. “Se receber uma suplementação, na hora do desmame, com oito meses, o bezerro estará pesando 200 quilos em média, quando o normal seria uns 150 quilos. Na finalização de um touro de 18 arrobas, levaríamos cerca de 40 meses, normalmente. Suplementado desde o nascimento, conseguiremos o mesmo peso com menos de 36 meses”, comenta Cardoso Filho.
Segundo o presidente da Connan, a pastagem fornece os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento do rebanho apenas dois meses no ano: janeiro e fevereiro. No restante, a suplementação cobre as deficiências das forrageiras.
Sal aumenta 100%
Reza a tradição que o pecuarista não pode deixar faltar sal grosso nos cochos. Mas, nos últimos meses os preços deram um salto de quase 100%. “O aumento (do sal grosso) está associado a uma maior demanda, em razão da redução natural dos nutrientes minerais nas pastagens”, explica o consultor Rafael Ribeiro de Lima Filho, da Scot Consultoria.
“Por enquanto, não houve aumento dos suplementos, mas existe a possibilidade para os próximos dias, pois o sal faz parte da composição. O que vai definir esse aumento é a demanda do produto”, observa Lima Filho.
Em outubro, o sal grosso foi comercializado, em média, a R$12,00 o saco com 25 quilos. Na comparação com janeiro de 2008, o preço do insumo quase que dobrou, com alta de 87%, tornando-se uma das maiores altas da história, segundo o levantamento da Scot Consultoria.
No caso dos suplementos, o que define o preço é o valor praticado no mercado internacional para o fosfato bicálcico e ao ácido fosfórico, diretamente relacionados a indústria de fertilizantes. “Noventa por cento do fosfato é destinado para os fertilizantes e os 10% restantes são absorvidos pela indústria de suplementos”, explica o consultor.
Mesmo com esse aumento significativo, o sal não vai pesar no custo de produção. “O animal consome muito pouco sal. O custo maior fica por conta da alimentação. Para o pecuarista a queda no preço do milho é mais significativa do que o aumento no preço do sal”, finaliza.
Fonte: Campo News. 22 de outubro de 2009.