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Enfim, o governo se livra de boi “pirata”

por Equipe Scot Consultoria
Sexta-feira, 29 de agosto de 2008 -13h00
Na quarta tentativa de leilão, o Ibama conseguiu vender nesta quinta-feira o lote de 3.046 cabeças de boi “pirata” apreendidas em junho em uma unidade de conservação na Amazônia. O gado foi arrematado em lance único de R$1,25 milhão, com deságio de 60% frente ao valor mínimo inicial, de R$3,15 milhões.

O leilão foi realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que não divulgou o nome do comprador. De acordo com o Ibama, houve somente um lance pelos bois que estavam divididos em sete lotes, intermediado pela Bolsa Brasileira de Mercadorias de São Paulo.

Diferentemente dos leilões anteriores, o Ibama se comprometeu a arcar com os custos da retirada dos animais, apreendidos na Estação Ecológica Terra do Meio, reserva ambiental na cidade Altamira, no Pará.

Para o analista da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa, a compra do lote se deveu ao preço. “Até para quem estava tentando boicotar o leilão, não dá pra desperdiçar preços vantajosos”, afirmou. Grosso modo, cada cabeça custou R$416,00. “É menos que o preço médio da categoria mais barata negociada no Pará, a do bezerro recém-desmamado, que está R$590,00”, disse Rosa.

Em nota, o ministro Carlos Minc, do Meio Ambiente, afirmou: “Nosso objetivo não é vender boi nem ganhar dinheiro, mas proteger as unidades de conservação. Após a apreensão desses bois piratas, 36 mil outras cabeças de gado já foram retiradas pelos donos da estação ecológica e outras 20 mil de outra unidade de conservação, também na Terra do Meio”. Ele afirmou que novas operações de apreensão podem ocorrer.

Minc lembrou ainda que após o decreto que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais, o Ibama tem direito ao perdimento: esgotado o processo administrativo, o gado apreendido poderá ser vendido sem demora. (BB)

Fonte: Valor Econômico. Agronegócios. 29 de agosto de 2008.