O mercado físico de boi gordo continua firme em São Paulo. Frigoríficos conseguem comprar a arroba R$90,00, a prazo, para descontar o Funrural, no interior de São Paulo, informa um operador da Link Investimentos.
Segundo a fonte, os grandes frigoríficos conseguem formar escala de abate de uma semana, para o dia 1º de outubro. Pequenos industriais têm escala formada para até Terça-feira da semana que vem. Em Mato Grosso do Sul, as escalas estariam mais longas para até o dia 4 de outubro.
O operador acrescenta que a demanda dos pequenos frigoríficos podem puxar os preços. Isso porque eles têm de pagar mais em relação às grandes empresas para conseguir o produto. “A questão é saber se os grandes vão conseguir continuar a comprar a R$90,00”, indaga. Caso isso não ocorra, os preços podem subir.
“Mas ainda não há falta de gado confinado”, avalia. Segundo ele, a perspectiva de aumento do consumo, com o pagamento dos salários no início do mês, é que contribui para uma maior movimentação no mercado.
Na BM&F de São Paulo, os contratos futuros de boi gordo operavam ontem inalterados a leve queda, em movimento de realização de lucro. Conforme a fonte, o volume negociado, cerca de 8 mil lotes, foi um dos maiores desde o início do mês. O operador diz que o spread outubro/novembro apertou bastante.
A Terra Futuros, em seu boletim diário, informa que a oferta de gado pronto começa a diminuir. A média das escalas de abate recua em algumas regiões, mesmo com o preço da arroba em alta. Em Rio Verde (GO), houve valorização de R$1,00 e recuo de 1 dia na média da escala, que está em 6 dias, informa a Terra Futuros.
Considerando Goiás como Estado de maior concentração de confinamentos, “podemos entender como um sinal de diminuição desta categoria, pois há frigoríficos que precisam de bois ainda para esta semana”, comenta a corretora.
Seguindo esse raciocínio, o frigorífico que não fez compra antecipada (boi a termo) pode começar a encontrar dificuldade de compra.
Segundo a Scot Consultoria, mesmo com a oferta de boi gordo restrita, frigoríficos forçam baixa de preço na tentativa de manter margem, apertada pela dificuldade de negociação da carne. No mercado atacadista de São Paulo, os preços estão estáveis.
Fonte: Agência Estado. Por Tomas Okuda. 25 de setembro de 2008.