A baixa oferta de gado confinado no mercado físico tem favorecido os contratos futuros de boi gordo na BM&F, que tiveram bom volume de negócios ontem. Outubro avançou 1,22% a R$94,03 a arroba. A crise financeira nos Estados Unidos também contribuiu para puxar os preços do contrato, pois o ativo guardaria características semelhantes ao ouro, que é considerado porto seguro em tempos de incerteza.
A forte desvalorização do real em relação ao dólar, que fechou ontem em alta de 6,15%, a R$1,967, também ajuda a explicar a alta das cotações. Para a indústria, é mais barato fazer o hedge na BM&F do que no exterior, elevando as compras.
No mercado físico, os negócios foram fracos ontem. A oferta de gado confinado continua curta. A arroba foi negociada entre R$90,00 e R$91,00, livre do Funrural. Mesmo assim, estima-se que a escala de abate dos frigoríficos do interior de São Paulo tenha aumentado, em média, em 1 dia, passando para 6 ou 7 dias, informa um operador da CoinValores.
O valor à vista do indicador do boi gordo Esalq/BM&F ficou em R$90,36/arroba (+0,36%). A prazo, a cotação ficou em R$91,63/arroba (+0,39%). A média do indicador nos últimos 5 dias úteis de setembro vai servir de base para a liquidação do contrato com vencimento em setembro na BM&F.
A Scot Consultoria informa em seu boletim diário que a arroba de boi gordo foi negociada a R$91,00 em Araçatuba (SP), a prazo, para descontar o Funrural. Negócios a R$90,00, a prazo, livre do imposto, também já são registrados no
interior do Estado.
A Scot considera que, a programação de abate dos frigoríficos, em média, não ultrapassa quatro ou cinco dias.
Apenas algumas indústrias que têm gado confinado próprio, ou a termo, estariam programando abate para a semana que vem. No atacado, com a virada de mês, a expectativa é de aumento do consumo com o pagamento dos salários.
Fonte: Agência Estado. Por Tomas Okuda. 30 de setembro de 2008.