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Pecuária traz ânimo à economia do Rio Grande do Sul

por Equipe Scot Consultoria
Sexta-feira, 10 de outubro de 2008 -09h05
Temporada de primavera já vendeu R$ 8,35 milhões

A turbulência global que paralisa negócios com commodities como a soja não chegou às pistas de remate de gado no Rio Grande do Sul. Na arrancada, segundo levantamento de Zero Hora, a temporada de primavera já vendeu R$8,35 milhões.

Alta demanda por animais e preços mais elevados são mantidos pela retração exacerbada da oferta de terneiros a partir do abate de fêmeas durante a crise enfrentada pela pecuária até 2006. Nesta semana, o quilo vivo do boi gordo foi cotado a R$2,74 pela Emater/RS – alta de 19% em relação a igual período do ano passado. E, na opinião de quem é do ramo, não há indicativos de que isso mudará no curto prazo.

— Com perspectiva de mercado firme para 2009 e a valorização do dólar favorecendo as exportações da carne brasileira, esta é uma boa hora para investir — afirma Lygia Maria Pimentel, consultora da Scot.

Segundo leiloeiros, as vendas estão dentro do esperado neste início de primavera. O setor pretende faturar R$40 milhões, avanço de 30% em relação à temporada de 2007.

— O mercado está normal, dentro da expectativa de liquidez. Estamos apreensivos com toda esta crise, mas por enquanto é somente temor — diz o leiloeiro Eduardo Knorr.

Hoje, começam a 96ª Expofeira de Bagé e a 70ª Expofeira de Santana do Livramento. Com a expectativa de movimentar pelo menos R$6,2 milhões em remates e vendas, os organizadores dos dois eventos querem colher os frutos do momento positivo pelo qual passa o setor pecuário, não só com bons preços, mas com alta qualidade de exemplares a serem ofertados.

Expofeira de Santa Maria estima vender R$4 milhões

Em Santana do Livramento, serão ofertados 800 bovinos e a expectativa é faturar R$3 milhões, ante os R$2,6 milhões registrados no ano passado, salienta o presidente da Associação Rural local, César Maciel:

— As condições de venda serão boas, e os compradores sabem que por aqui a genética é diferenciada.

Em Bagé, o objetivo é negociar cerca de R$3,2 milhões, ficando próximo ao de 2007, destaca o comissário geral da Expofeira de Bagé, Ronaldo Cantão:

— Temos uma expectativa muito boa pelo resultado que foi visto na Expointer. Depois de lá, as exposições no Interior costumam seguir o mesmo ritmo.

Amanhã, é a vez da 41ª Expofeira de Santa Maria. Segundo o coordenador geral da mostra, Armando Ribas, a estimativa de vendas é de alcançar R$4 milhões, o dobro de 2007:

— Há três anos, a agricultura estava em alta, e muitos produtores trocaram de ramo. Começou a faltar gado e, agora, aumentou a procura por matrizes, o que fez o preço se valorizar.

Segundo Rodrigo Araújo, vice-presidente da Associação Rural e coordenador da Expofeira de Santa Maria, o quilo do boi vivo na região alcançou este ano o maior valor da última década.

— Chegamos a comercializar a R$3,10 o quilo. Hoje, está em R$2,89, mas ainda é o dobro do preço de 2006 — afirma Araújo, ao creditar a valorização da carne à qualidade do rebanho gaúcho, que aumentou as exportações para o mercado europeu.

Fonte: Zero Hora. Economia. 10 de outubro de 2008.