Pecuarista deve ser cauteloso antes de vender por preço baixo, seja ao mercado nacional ou internacional.
Segundo Gabriela Tonini, consultora de mercado da Scot Consultoria (Bebedouro, SP), os produtores não devem se deixar levar pelas especulações do mercado, oscilações do dólar e pela onda de importadores que querem derrubar o preço da carne brasileira. “O momento não é para compra ou venda. O melhor é esperar o setor se normalizar antes de qualquer negócio”, afirmou ao “A Cidade”.
Os primeiros efeitos da crise no setor da pecuária é o impasse entre Rússia e Brasil. A Rússia é o principal comprador da carne bovina brasileira e deixou de adquirir do Brasil de 60 mil a 90 mil toneladas, que estariam paradas nas fábricas e nos navios. Os russos costumam pagar 30% na compra e o restante quando a mercadoria chega ao País; este dinheiro não está entrando e os 30% pagos não são suficientes para manter a estocagem do produto. “Os russos alegam que estão com pouco crédito e querem que o Brasil baixe o preço da carne, e nós optamos por deixar a carne nos contêineres”, diz a consultora da Scot.
O diretor-executivo da Abiec (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Carne Bovina), Luiz Carlos de Oliveira, também afirmou que o cenário é de cautela para os produtores de carne bovina. “Temos que adaptar a situação do cenário presente. Precisamos trabalhar com o governo a regularização de créditos e não arriscar a introduzir nada na Rússia até a renegociação de contratos”, afirmou. Luiz Carlos afirmou que a melhor atitude agora é continuar introduzindo o produto no Oriente Médio e Venezuela, tentar recuperar o mercado chileno e ampliar negócios com a Europa.
Fonte: DBO. 6 de novembro de 2008.