As exportações brasileiras de gado vivo tiveram alta expressiva em receita no ano passado. Fecharam em US$366,915 milhões, elevação de 41,2% ante 2007. Mas o volume caiu. Foram embarcadas 398,8 mil cabeças para engorda e abate, recuo de 7,7%.
O preço médio do animal exportado cresceu 52,8% no ano passado, para US$920. Segundo Fabiano Tito Rosa, coordenador de análises setoriais da Scot Consultoria, os importadores se ajustaram à valorização da arroba do boi no país em 2008.
Venezuela, com 72,4% das compras (288.766 animais), e Líbano, com 27,4% (109.357), foram os principais compradores de gado brasileiro em 2008. A diferença de 0,2% (697 cabeças) coube à Bolívia, segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Na avaliação de Tito Rosa, os venezuelanos devem prosseguir como os principais compradores neste ano. “O governo Hugo Chávez precisa garantir a oferta de alimentos e não tem muitas opções para o abastecimento das indústrias do país”, diz. O rebanho da Venezuela vem diminuindo nesta década.
Em 2008, 91% dos bovinos embarcados pelo Brasil foram enviados do Pará, pela proximidade com o maior comprador. Também sem autossuficiência pecuária, os libaneses passaram a comprar no país pela alta do preço do bezerro na Europa. Primeiro, adquiriram gado no Rio Grande do Sul, mas depois foram ao Pará, em busca de lotes mais em conta.
Fonte: Folha de São Paulo. Dinheiro. Por Gitânio Fortes. 17 de fevereiro de 2009.