O litro de leite está até 10% mais caro nas prateleiras dos supermercados de Ribeirão Preto e região.
O produto, que até o fim de março oscilava entre R$1,69/l e R$1,85/l, não é mais encontrado por menos de R$1,89/l. Algumas marcas chegam a custar R$2,10/l.
A reportagem apurou que em algumas redes de supermercados, em que o estoque é maior, ainda é possível encontrar o produto com o preço antigo.
A vendedora Delcione Silva Santos, que trabalha em Ribeirão e mora em Serrana, deixou para comprar o leite em um supermercado no Centro da Cidade. “Lá (Serrana) está mais caro, achei o leite que sempre compro por R$1,75/l aqui em Ribeirão”, diz.
De acordo com o zootecnista da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho, o fim do período de chuva prejudica as pastagens, fazendo diminuir a produção de leite.
“Outro fator é o início do período de secagem das vacas. Quando os produtores desmamam os bezerros e colocam o animal para pegar uma nova cria”, explica.
Segundo ele, o valor médio pago aos produtores, que era de R$0,59/l em março, subiu para R$0,61/l.
Mesmo com o aumento, o valor está abaixo dos R$0,72/l que eram pagos ao produtor em março de 2008. “A tendência é o preço continuar subindo, ainda que discretamente, até setembro, quando a produção tradicionalmente começa a aumentar”, afirma.
Lima explica que este aumento é comum nesta época do ano. “É um reajuste automático que os laticínios fazem para suprir o aumento no valor da produção” argumenta.
Consumidor
Para o consumidor o aumento significa encarecimento da cesta básica. “Se fosse só o leite tudo bem, o problema é que existem outros produtos básicos que estão mais caros”, argumenta o aposentado Lindolfo Pereira.
Pereira acredita que o aumento beneficia apenas atravessadores. “O produtor continua recebendo pouco pelo leite que vende”, afirma.
Já o estudante Juliano Soares acredita que o Poder Público devia intervir na produção do leite. “O governo já diminuiu o imposto para outras coisas, devia olhar para itens básicos também”.
Fonte: A Cidade. Economia. Por Ademir Terradas. 1 de maio de 2009.