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Aumento ideal da oferta de boi para abate só ocorrerá em 2013

por Equipe Scot Consultoria
Sexta-feira, 9 de dezembro de 2011 -11h04
Conforme estimativas do mercado, com base em dados do IBGE, o Brasil vai abater perto de 37 milhões de cabeças em 2011

A oferta de animais para o abate atingirá o volume ideal apenas em 2013, avaliaram analistas reunidos hoje em São Paulo para debater o mercado do boi gordo. “Em Mato Grosso, teremos em 2012 mais machos para abate, alguns terminados em confinamentos, mas a oferta mais intensa ocorrerá somente em 2013”, disse o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), Otavio Celidônio no encontro “Pecuária de Corte - O primeiro ano de uma nova década”, promovido pela Scot Consultoria. Para o analista e diretor da Scot, Alcides Torres, a oferta em 2012 deve repetir a de 2011, ou até cair.

“Temos um paradoxo: retemos fêmeas, mas ao mesmo tempo há um crescimento no abate delas. Modificação de oferta ocorrerá somente em 2013”, declarou, ressaltando que os preços da arroba devem ficar firmes, porque o custo de produção aumentou.

Nos cálculos do analista da consultoria MB Agro, José Carlos Hausknecht, considerado o atual rebanho brasileiro (200 milhões de cabeças) e uma taxa de desfrute de 20%, o potencial de abate do País está em torno de 40 milhões de cabeças/ano em 2012 e 2013. Conforme estimativas do mercado, com base em dados do IBGE, o Brasil vai abater perto de 37 milhões de cabeças em 2011.

“O fato é que realmente estamos em um período de retenção de fêmeas e recomposição do rebanho”, disse Hausknecht.

Confinamentos

A perspectiva otimista para a oferta se estende aos confinamentos. O frigorífico Minerva, por exemplo, dobrou a quantidade de animais criados em cocho este ano. “Vamos fechar 2011 com 80 até 85 mil animais oriundos de cocho e a tendência para o ano que vem é aumentar ainda mais”, disse o gerente de Pesquisa de Mercado da empresa, Fabiano Tito Rosa. Neste ano, o Minerva inaugurou uma unidade de confinamento em Rolim de Moura (RO) que se junta às de Barretos (SP) e de Araguari (TO).

“O confinamento está se tornando cada vez mais estratégico, porque alivia o estresse de oferta e ajuda a nos aproximar dos fornecedores. O Minerva compra pouco gado magro para confinar. Essa tarefa é toda de nossos parceiros”, disse. Já para o mercado no geral o executivo estima que 2011 registrará de 15% a 20% de crescimento de confinados, para mais de 3,5 milhões de cabeças.

Para Tito Rosa, o ciclo da pecuária no Brasil em 2012 vai ser “interessante”. “Será o primeiro ano de curva crescente de matéria-prima no País. A pior fase de oferta restrita passou. A base de animais da pecuária aumentou. Teremos custo menor também para o confinamento.” Ele acredita que haverá um aumento de 5% a 6% na produção de milho, numa projeção considerada pessimista, além de uso intensivo de tecnologia na produção de carne.

Fonte: Agência Estado. 9 de dezembro de 2011.