Queda nas cotações deve estimular demanda para ração bovina
A Scot Consultoria projeta que a cotação do milho deve recuar até 12% nos próximos meses. A estimativa leva em consideração a expectativa de aumento da oferta do grão na safra brasileira. “Hoje a saca de 60 quilos custa R$29/saca, em média. Até o final da colheita da safrinha, em setembro, apostamos num piso de R$26/saca”, afirma Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria.
Neste ciclo o produto deve ser mais acessível do que no ano passado, quando os reajustes na cotação do milho impactaram fortemente nos custos da produção. Dados divulgados pelo sexto levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na quinta-feira, 8, mostram que as duas safras do grão devem atingir 61,7 milhões de toneladas, aumento de 7,5% na comparação com a safra 2010/11.
A primeira safra de milho deve ter leve queda de 0,1%, para 35,8 milhões de toneladas. A quantidade deve ser atingida apesar das perdas com estiagem na Região Sul, que foram compensadas com aumentos em outras regiões. No caso do milho safrinha, a estimativa é de 25,8 milhões de t, 20,1% a mais do que a quantidade colhida no mesmo período do ciclo passado, quando foram colhidas 21,4 milhões de toneladas.
A possibilidade de uma safra recorde de milho nos Estados Unidos, também deve levar à queda na cotação. No final de fevereiro, o Departamento de Agricultura norte-americano (USDA) divulgou as primeiras estimativas para a nova temporada de grãos. Segundo a instituição, a área plantada com milho na safra 2012/13 no país deve alcançar 38 milhões de hectares, 2,1% mais que na safra anterior e a maior desde 1944.
De acordo com o USDA, o aumento potencial da produção poderá reduzir em 19,4% o preço médio do grão na comparação entre as safras 2012/13 e 2011/12, para US$ 5 por bushel, medida equivalente a 25,2 quilos.
Apoio aos pecuaristas
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, informou que o governo federal publicará uma nova portaria interministerial ampliando a medida que abriu a possibilidade de pecuaristas prejudicados pela seca e pela escassez de milho adquirirem parte dos estoques públicos do produto para usar como ração animal.
Rocha disse que o limite de aquisição pela venda balcão, que era de até seis mil toneladas por produtor na primeira portaria, será ampliado para 27 mil toneladas. Segundo ele, o limite dependerá do número de animais que o pecuarista tem na propriedade. Além disso, os produtores do Paraná também passaram a ter direito à compra do milho subsidiado, no valor de R$21 a saca.
Fonte: DBO. Por Mônica Costa. 9 de março de 2012.