Mais uma vez a decisão do Comitê de Política Monetária - Copom , ficou
dentro do esperado: reduziu em 0,25 ponto percentual a taxa básica de
juros.
Na prática, o Copom está se tornando cansativo. O que mais a economia
nacional precisa sinalizar para que as autoridades monetárias se rendam ao
fato que não é necessário manter uma taxa de juros básica no patamar atual?
Tenho dúvidas se temos dois governos ou dois discursos, afinal o Presidente
não cansa de alardear que "nunca" se obteve tão bons resultados na
economia?
Considerando que a meta de inflação será cumprida; considerando que o
crescimento econômico foi revisto para cima; considerando que as principais
variáveis em relação ao PIB melhoraram; que o risco país despencou;
considerando que duas importantes variáveis, como a taxa de câmbio e os
investimentos produtivos, precisam ser potencializados, e a queda nos juros
permitiriam essa potencialização, não é possível aceitar esse previsível
comportamento conservador do Banco Central.
É evidente que não desejamos amadorismo na condução da política monetária,
mas está na hora de enquadrar a economia nacional:
não adianta conseguir indicadores de primeiro mundo e continuar a oferecer
prêmio por um risco de terceiro mundo.
O único alento da última reunião do Copom foi à falta de unanimidade dos
membros daquele Comitê. Com um placar que teve 4 pareceres pela redução de
0,25 p.p. e 3 pela redução de 0,5 p.p. podemos entender que há ao menos uma
sinalização de mudança de postura.
Resumo da decisão do Copom: nos afogávamos a 4 metros de profundidade e
agora estamos a 3,5 metros, portanto, nos afagando do mesmo jeito.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado
em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do
Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas
econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru,
perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível
(perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências
Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do
Escritório de Economia ECONOMI@ Online.