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Rumo a um novo modelo de gestão ambiental

por Xico Graziano
Terça-feira, 20 de abril de 2010 -15h29
Em discurso de despedida, o governador José Serra destacou alguns projetos exitosos na área ambiental. Referiu-se ele, inicialmente, ao sucesso do Protocolo Agroambiental, firmado com o setor sucroalcooleiro, por meio do qual as queimadas de cana se reduziram em 1,1 milhão de hectares, se comparado ao cenário antes definido pela lei estadual. Menos poluição, mais saúde.

Apontou em seguida a ousadia da Política Estadual de Mudanças Climáticas.
São Paulo se comprometeu, de forma pioneira, a reduzir em 20%, até 2020, suas emissões de gases efeito-estufa. Não será fácil, exigindo ademais um ativismo do Estado. Por isso, recente linha de financiamento, gerida pela Nossa Caixa Desenvolvimento, aloca R$ 600 milhões para as empresas aprimorarem seus processos tecnológicos, rumo à economia verde.

Apontou também o governador Serra, no balanço de seu governo, sua determinação em promover a recuperação das encostas da Serra do Mar, ali na baixada santista. As Secretarias do Meio Ambiente e da Habitação promovem, segundo o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o maior programa mundial de realocação de pessoas por razões ambientais. Cerca de 5.350 famílias se mudarão para casas próprias, fora das áreas de risco. Ninguém acreditava, mas saiu do papel. Um marco histórico.

Anunciei, logo no meu discurso de posse na Secretaria, que daria prioridade absoluta para a gestão ambiental. Traçar metas, quantificar objetivos, estabelecer cronogramas, definir orçamentos, exigir avaliação. Rechear a ecologia com engenharia e administração. Assim, arquitetei meu trabalho para servir ao governo de José Serra.

Posso assegurar, modestamente, que minha estratégia de trabalho rendeu bons frutos. O “Relatório de Cumprimento de Metas e Resultados, da Política Ambiental Paulista”, que apresentei recentemente ao CONSEMA (Conselho Estadual do Meio Ambriente), apresenta números positivos, que comprovam melhorias significativas na defesa do meio ambiente.

Além dos destaques feitos diretamente pelo governador ao se desincompatibilizar, vou me referir a mais dois excelentes resultados.

Primeiro, ao final do nosso governo teremos eliminado os vergonhosos “lixões” ao céu aberto que ainda funcionavam, quando assumimos, em 143 municípios paulistas.

Locais degradantes, gente misturada com bichos, chorume e urubus, situação inaceitável. Tolerância zero contra os lixões.

Os bons resultados da política ambiental executada em São Paulo baseiam-se, desde o início, em um novo modelo de gestão, que começou por uma completa reforma administrativa na Secretaria Estadual de Meio Ambiente. A nova estrutura entrelaçou suas atribuições com os 21 Projetos Estratégicos do governo, definindo um sistema integrado de gestão.

A construção do novo modelo de gestão ambiental, praticamente consolidado, caracterizou um processo de mudança que contou com a decidida participação dos municípios paulistas. O Projeto do município Verde Azul mobilizou e valorizou o poder local, inserindo-o na agenda global. A descentralização da política ambiental contaminou as lideranças políticas, tornando-se um grande sucesso.

Entre tantas “lições de casa”, fica uma certeza. Somente por meio da educação ambiental se conseguirá realizar a mudança necessária na sociedade, construindo um mundo sustentável, harmônico com a natureza. A plena aceitação do projeto Criança Ecológica nas redes municipais de ensino atesta tal verdade. Estamos na sala de aula, formando os ecocidadãos de amanhã.

Este conjunto de projetos ambientais, os planos de ação municipais, o envolvimento da sociedade e da política, o reforço na gestão ambiental, tudo somado caracteriza uma marca: o “ambientalismo em ação”, típico do nosso governo.

Mais que discutir, fazer. Esse é o lema que vigora na Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

Fonte: Todo Dia - Americana