GRANELIZAÇÃO SIM
Ao ler a matéria sobre granelização do leite, especificamente em Rondônia, vejo que nossos deputados não têm projetos, ou preocupação com o futuro do Estado no contexto nacional.
Um Deputado Federal deseja adiar uma lei dessa é pura irresponsabilidade, embasado em que? Será que ele sabe o que é granelização? Normativa 51? Qualidade de leite? Globalização?
Pergunte a ele se ele também sabe qual a produção de leite em Rondônia? Quantos produtores não têm acesso à energia elétrica? Quanto que esses produtores significam na produção do estado? Quanto eles produzem por dia? O que isso implica na produção?
Não seria melhor criar uma lei estadual pra eles, por representar tão pouco? Creio que não atinge 2%, e olhe lá? E os 98% que estão preocupados com tudo isso acima? Será que o resto do pais vai deixar RO comercializar um produto de péssima qualidade lá fora? Será que vamos ser competitivos?
Quem se lembra da febre aftosa no passado quando quase fomos punidos por não vacinarmos? Lembra? Já imaginou nossa mussarela com selo de "PRODUTOS DE ÁREA DE RISCO"? Ou "PRODUTO FORA DOS PADRÕES DA NORMATIVA 51"?
Simplesmente porque 2% da produção não tem energia elétrica?
Que essas minhas perguntas cheguem até o Sr Deputado Federal Moreira Mendes, ao Ministro da Agricultura, ao Secretário de Agricultura, ao Presidente do FEFA, Delegado Federal da Agricultura, Governador que por sinal não deve está gostando de nosso deputado tentar passar para o Ministro que o estado não vai granelizar a captação de leite por falta de energia. Talvez seja uma estratégia pra conseguir a liberação pra construção das hidrelétricas e eu estou boiando.
Um abraço,
Taurino
pirilampo41@uol.com.br
Leia a seguir duas notícias relacionadas ao manifesto do leitor.
15/05/2007 Rondônia se prepara para IN 51
Os produtores de Rondônia têm até o dia 1º de julho para se adaptar às novas exigências do programa de qualidade do leite. Elas estão previstas na Instrução Normativa 51, que o Ministério da Agricultura publicou em 2002. A nova norma estabelece critérios de higiene, de manejo sanitário, de armazenamento e transporte do leite.
Pelas novas regras, o leite de cada sítio será avaliado regularmente em laboratórios credenciados. Quem não se adaptar, pode ficar fora do mercado. Em Rondominas, pequenos produtores de leite, sem informação, assistência ou tecnologia, estão muito distantes da tão sonhada modernização do setor leiteiro.
Jares Ferreira da Costa e a esposa Dorvina explicam que a família sempre viveu do leite. É uma tradição que passou para os filhos e os netos. O casal conta que tem 60 vacas no sítio, produzindo 300 litros de leite por dia. Com ordenha manual, o produto é carregado em baldes até o latão, que fica na porteira do curral, das 6 às 8 horas. O caminhão só passa às 10 horas para recolher o leite, que chega ao laticínio uma hora depois.
De olho nas novas exigências, o casal planeja melhorias no estábulo: fazer canaletas para melhorar o escoamento e piso de cimento no curral para evitar a sujeira na hora da ordenha. O problema é que tudo esbarra na mesma limitação: o preço baixo do leite.
Jares também adiou o principal investimento: a compra de um tanque de expansão, que armazena o leite a granel. Só assim, o casal poderia abandonar o latão. “O tanque garante uma melhor qualidade, porque ele esfria mais rapidamente o leite. Podíamos pegar financiamento, mas estamos esperando pra ver se eles vão começar a apertar mesmo”, explica.
Prorrogação
Existe uma articulação em curso em Brasília, na qual deputados federais tentam fazer com que o ministro reveja a data e conceda nova prorrogação. Mas, de acordo com o Ministério da Agricultura, ainda não existe nada definido. Oficialmente, o prazo continua sendo o mesmo. Caso ocorresse a prorrogação, a IN 51 teria que ser revogada.
Fonte: Folha de Rondônia
5/05/2007 - Ministro da Agricultura garante ao deputado Moreira Mendes suspensão da Instrução Normativa 51 em Rondônia
A Instrução Normativa 51, que estabelece normas de produção, armazenamento e produção do leite in natura, não vai mais vigorar a partir de julho próximo no estado de Rondônia, como estava previsto. A informação foi dada ontem (sexta-feira) pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ao deputado Moreira Mendes (PPS-RO), durante a 63ª ExpoZebu 2007 de Uberaba (MG). A medida, segundo o ministro, foi suspensa para todos os estados da região Norte.
Moreira Mendes disse que a suspensão da IN 51 é uma excelente notícia para Rondônia, já que sua implementação iria causar enormes prejuízos aos produtores, que não teriam condições financeiras de se adequar às normas em tão pouco tempo. Desde o início do ano, o deputado vinha fazendo gestões junto ao Ministério da Agricultura para adiar a medida, em defesa dos pequenos produtores de leite do estado.
O deputado Moreira Mendes recebeu a boa notícia do ministro durante uma reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara com o próprio Stephanes e técnicos do Ministério. Além de titular da Comissão de Agricultura, Moreira Mendes também é membro da bancada ruralista na Câmara, um dos maiores defensores da agricultura e da pecuária rondoniense. “A agropecuária de Rondônia é uma das mais avançadas do País, inclusive com reconhecimento internacional ao nosso boi verde e aos grandes avanços da genética. No entanto, mesmo reconhecendo a importância de padronizarmos a qualidade do leite, sei que ainda temos muitos passos a dar”, diz ele.
Fonte: Claudivan Santiago, para TVJornet