Desde que foi criado e instituído, no final da década de 1930, o salário mínimo perdeu valores reais até meados da década de 90. Foram cerca de 50 anos de perda dos valores no salário mínimo.
Até meados da década de 90, o valor real do salário mínimo havia recuado cerca de 70% desde sua criação, quando corrigido pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna). A partir de meados da década de 90, por ocasião do início do plano Real, o salário passou a recuperar valor.
Usando o mesmo índice (IGP-DI), o salário mínimo valorizou-se cerca de 54% de 1994 a 2007.
Ótimo do ponto de vista social e mercadológico: melhor qualidade de vida, maior poder de compra.
No entanto, o custo para as empresas tem se tornado insuportável, especialmente para quem atua na exigente produção de commodities.
De 1994 a 2007, o valor do leite recuou 37%, atualizando os preços pelo IGP-DI. Preços do boi gordo e bezerro recuaram, no mesmo período, 39,5% e 33,3%, respectivamente, adotando os mesmos critérios.
Evidentemente a relação de troca entre produtos vendidos pelos pecuaristas e salários pagos nas empresas piorou nos últimos doze anos.
Na prática, essa constatação reforça a necessidade de ganho de escala. Para manter o mesmo número de funcionários na fazenda, é preciso produzir mais.
A coluna “Na ponta do Lápis” do informativo A Nata do Leite, edição 111, que circulará na próxima semana, traz uma análise mais completa do efeito dos aumentos dos salários nas fazendas leiteiras. (MPN)