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Derivado de biodiesel na nutrição de ruminantes

por Fabio Lucheta Isaac
Terça-feira, 29 de maio de 2007 -09h41
A corrida pela produção de biodiesel, resultado da preocupação em trocar a fonte de energia fóssil pelas renováveis, além dos incentivos governamentais (que criam uma demanda fixa pelo produto), irá afetar inúmeros setores da economia.

A produção de biodiesel demanda álcool (etanol ou metanol) e óleos vegetais, e tem como produto final o biodiesel e a glicerina. A perspectiva de demanda para o biodiesel, portanto, já afetou o setor sucroalcooleiro, a agricultura e as indústrias que utilizam a glicerina.

Devido à demanda necessária para atender as exigências do governo por biodiesel, com a adição no diesel fóssil de 2% de biodiesel a partir de 2008 e 5% a partir de 2012, existe uma séria preocupação a respeito do destino que será dado a toda a glicerina produzida.

Além da perspectiva de queda no preço do produto, existe a preocupação de que o excedente seja tão expressivo que haverá um problema de limitação da produção de biodiesel por conta das dificuldades em se escoar a produção de glicerina.

Inúmeras pesquisas estão sendo feitas para identificar novos usos para a glicerina e, recentemente nos Estados Unidos, a Universidade de Missouri-Columbia começou a realizar um experimento que inclui a glicerina na dieta de ruminantes.

O projeto está em andamento e ainda não existem dados a respeito, porém existe certo otimismo. A glicerina, no processo de digestão, será convertida em glicose, açúcar utilizado na produção de energia para o organismo.

O estudo deve verificar quais os limites de ingestão da glicerina e se há algum benefício ou prejuízo na sua utilização, não apenas no ganho de peso do animal, mas também na qualidade de sua carne.

Como a glicerina é líquida, alguns ajustes podem ser necessários para o fornecimento aos animais. Entretanto, diante da perspectiva de produção abundante de glicerina, seu preço pode ser um atrativo importante.

Vale à pena ficar de olho nesse tipo de pesquisa, sobretudo devido à previsão de preços aquecidos para alguns dos principais ingredientes da alimentação animal. Estima-se que a glicerina poderá apresentar preço bem abaixo dos concentrados tradicionais. (LMA)