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Embrapa 39 anos: tecnologias e agropecuária sustentável

por Equipe Scot Consultoria
Quinta-feira, 3 de maio de 2012 -10h17

No ano em que o Brasil recebe a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) comemora os seus 39 anos de fecunda existência dando ênfase justamente à sustentabilidade.


Na programação desenvolvida ao longo do último dia 25, a Embrapa mostrou uma visão moderna e coerente para o futuro da agricultura no contexto da economia verde e do desenvolvimento sustentável.


Na exposição em sua sede, em Brasília, foi mostrada a história recente da agricultura brasileira, revelando como o país superou a sua dependência e insegurança alimentar, que perdurou até 60 anos atrás.


O que percebemos é uma trajetória inteligente e planejada, que culminou na autossuficiência, em ampliação da capacidade exportadora e no grande progresso em direção a sistemas integrados e sustentáveis, onde se assenta a contemporânea bioindústria brasileira do futuro.


A participação da Embrapa se efetiva na década de 1970, quando o Brasil ainda dependia da importação de alimentos básicos. Nos últimos 50 anos, a produtividade média de grãos subiu de 783 quilos por hectare para 3.173 quilos por hectare, um salto de 774%.


Os avanços em eficiência ocorreram graças à pesquisa, à inovação e aos investimentos, além de políticas macroeconômicas setoriais e da crescente organização dos segmentos agroindustrial e agroalimentar.


Como resultado, a agricultura brasileira respondeu às demandas de uma população urbana crescente, proporcionando alimentos mais acessíveis e baratos, menor pressão inflacionária, além de consolidar o país como líder em inovação na agropecuária tropical. Efetivamente, o Brasil é, hoje, grande produtor mundial de alimentos.


Os novos tempos trazem desafios ainda maiores. A agricultura do futuro deverá estar balizada por conceitos, métodos e aplicabilidades multifuncionais, muito além da visão convencional de agricultura voltada à produção de alimentos, fibras e energia.


Apoiada em modernos padrões tecnológicos mundiais, e sintonizada com o modelo de economia verde, a agricultura deverá se pautar por um novo conjunto de funcionalidades e requisitos, como saúde e bem-estar, serviços ecossistêmicos, sistemas integrados e sustentáveis, mercados étnicos e regionais e bioenergia, que deverão conformar o padrão tecnológico do agronegócio do futuro.


É nesse sentido que o 39º aniversário da Embrapa focaliza a sustentabilidade e os novos paradigmas de produção e economia verde, temas afins à agenda da Rio +20.


A Embrapa atua por meio de 47 unidades de pesquisa e de serviços e de 14 unidades centrais administrativas, e está presente em quase todos os estados da federação, nos mais diferentes biomas brasileiros.


Desde a criação da estatal, a safra de grãos quadruplicou, assim como aumentaram a produção e a produtividade da pecuária bovina, suína, caprina, ovina e avícola. A oferta de leite, couro, pele, embutidos, queijo e ovos seguiu o mesmo caminho, bem como, em maior ou menor grau, as hortaliças, frutas, flores, fibras e essências florestais. Em 2010, para cada R$1 aplicado na Embrapa, R$9,35 retornaram para a sociedade. Esses valores levam em conta apenas a soma dos ganhos relativos à adoção de uma amostra de 110 tecnologias e cerca de 140 cultivares.


Ressalte-se, por fim que, no dia 26 passado, depois da aprovação de MP pelo Senado que dá nova redação à Lei de Criação da empresa, estava programado o lançamento da Embrapa Internacional, ampliando o leque de atuação da estatal, fazendo emergir novos desafios.


Particularmente, sempre tive pela Embrapa uma atenção, um carinho especial, que remonta há alguns anos, quando apresentei emenda de descontingenciamento dos recursos da empresa, que passava por momentos de dificuldade.


Portanto, nesta área temos o que comemorar.


Fonte: Tribuna de Anápolis. Por Lúcia Vânia. 28 de abril de 2012.