Entre 2002 e 2004, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de vacas abatidas no Brasil aumentou 87,7%, enquanto o de bois evoluiu apenas 11,1%.
E ao longo do primeiro trimestre deste ano o abate de fêmeas, em relação ao mesmo período do ano passado, cresceu 18,6%, ao passo que o de machos aumentou somente 0,2%. Essa disparidade na variação dos abates de machos e fêmeas indica que realmente está havendo descarte de matrizes.
A Scot Consultoria estima que o resultado será uma retração de quase 2 milhões de cabeças na safra de bezerros de 2006. Aliás, a disponibilidade de bezerros no mercado já recuou sensivelmente este ano. Um dos indicadores é que o preço médio da categoria em São Paulo, por exemplo, subiu 0,5% de janeiro pra cá, ao passo que, no mesmo período, a arroba do boi gordo caiu 12,2%. Ou seja, o mercado se manteve relativamente firme para os bezerros.
Os preços permanecem baixos, é verdade, mas pelo menos pararam de cair. Isso é sinal de virada de ciclo. Frente a uma nova redução de oferta, a tendência é que os criadores passem a desfrutar de um mercado em recuperação no médio prazo.
A partir daí a tendência é que o descarte forçado, principalmente de fêmeas, se reduza, levando também o mercado do boi gordo a trabalhar em ambiente firme. É o ciclo de alta. Que seja bem vindo! (FTR)