O mercado do milho tomou um rumo diferente em julho. Desde o começo do mês os preços subiram no mercado internacional, repercutindo em aumentos também no mercado brasileiro.
Em Campinas-SP, a saca de 60kg está cotada em R$29,00. Uma alta de 13,7% em relação ao começo do mês. Veja a figura 1.
Mas de onde vem essa pressão, considerando que, no Brasil, estamos em plena colheita do milho de segunda safra e a expectativa é de uma oferta de 12 milhões de toneladas a mais em relação à passada?
O principal ponto é a qualidade do milho norte-americano 2012/2013.
Nos últimos relatórios de acompanhamento de safra, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês) revisou para baixo a porcentagem de lavouras em condições boas e excelentes (figura 2).
Com este cenário, o USDA diminuiu as estimativas com relação à produção e estoques finais de milho nos Estados Unidos.
No relatório de oferta e demanda divulgado no dia 12 de julho, o Departamento estimou a produção norte-americana em 329,45 milhões de toneladas em 2012/2013.
Este volume é 12,3% menor na comparação com a estimativa apresentada no relatório anterior (junho). O clima seco e quente está prejudicando as lavouras.
Com isso, os estoques finais nos Estados Unidos foram reduzidos para 30,0 milhões de toneladas em 2012/2013.
No relatório de junho a estimativa do USDA era de 47,8 milhões de toneladas.
Considerações finais
Em curto prazo, a expectativa é de mercado firme para o milho.
Além do cenário atual no mercado internacional, a valorização do dólar frente ao real e a boa oferta de milho no mercado interno devem favorecer as exportações brasileiras.Choveu nos Estados Unidos nos últimos dias, mas os volumes nas regiões produtoras de milho foram abaixo do esperado.
Para as próximas semanas a expectativa é de chuva, porém em volumes menores no corn belt ou cinturão do milho (figura 3).
Por outro lado, é preciso acompanhar a evolução da colheita do milho safrinha no Brasil e o aumento da disponibilidade do grão no país.