A ilha dos irmãos Castro parece abrir-se um pouco mais. Todos os cidadãos cubanos capazes de reunir uma poupança equivalente a US$100 (cinco vezes o salário médio local que é de US$20) poderão solicitar seu passaporte sem a exigência do visto de saída. Para uma sociedade de iguais, só alguns ficam de fora do "novo direito".
Desde logo, o regime de igualdade social sofre um pequeno deslize. A concessão do passaporte (ou seja, a não concessão) não vale para atletas, médicos e pesquisadores. Estes últimos são necessários à ilha e a nova lei migratória não os contempla. Não são donos dos seus destinos, já que são uma espécie de propriedade de Cuba.
Essa nova legislação se segue à dispensa de uma multidão (milhões) de funcionários públicos dispensados e "autorizados" a trabalhar por conta própria. O que parece claro é que a "ilha" não tem condições de gerar recursos para alimentar sua população. Num regime de "iguais", quer exportar os "menos iguais".
A dúvida diante da inexequibilidade ou inviabilidade do regime cubano de gerar receita para sustentar todos os habitantes é saber o que pensa o cérebro do Mensalão sobre a questão: o modelo cubano é um exemplo para o Brasil? Com a palavra, Zé Dirceu, ou o guerrilheiro Daniel.
Por Arthur Chagas Diniz