Entramos em 2013 e é hora de fazer um balanço do mercado do ano passado.
Nesta edição da Carta Boi elaboramos uma retrospectiva dos resultados de 2012 para a pecuária de corte, carne no atacado, escalas de abate e comparações com alguns indicadores, como inflação e custos de produção.
Mercado em queda
O ano passado foi marcado pela pressão de baixa sobre os preços do boi e da vaca gorda. Veja na figura 1 o comportamento do preço mensal do boi e da vaca ao longo do ano.
Na tabela 1 estão os preços médios do boi gordo e dos machos para reposição em janeiro e dezembro.
A queda ocorreu para todas as categorias de machos. Destaque para a queda de preços mais forte para os animais de reposição em relação ao boi gordo na praça paulista.
Com isso, mesmo diante do mercado em queda, houve melhoria da relação de troca de janeiro a dezembro.
Vejamos o mercado para as fêmeas na tabela 2.
Um importante fator foi a maior queda de preço das fêmeas em relação aos dos machos, causada pelo aumento na oferta de vacas para o abate, tendência já observada em 2011.
A reposição de fêmeas também liderou a queda de preços, confirmando a boa oferta de animais de reposição. Os preços em queda para os animais terminados também tiveram importante papel neste cenário.
Outros indicadores de mercado
Para confirmar a melhor oferta em 2012, apresentamos a evolução da escala de abate ao longo de 2011 e 2012 na figura 2.
A escala média de abate em 2012 foi superior à de 2011. A média em 2012 foi de 4,5 dias frente a 3,7 dias em 2011. A maior escala de abate em 2012 foi de 7,3 dias em meados de julho, ante uma máxima de 5,7 dias em meados de setembro em 2011.
Os preços da carne no atacado reagiram a este cenário também com queda nas cotações. Na média de 2011 o boi casado em São Paulo ficou cotado em R$6,27/kg. Em 2012, o preço ficou em R$6,19/kg, queda de 1,3%.
Enquanto isso, custos e inflação...
Junto a este cenário de baixa, analisamos mais dois indicadores que também exercem influência sobre a atividade, os custos e a inflação.
Para a variação do custo de produção e da inflação consideramos o Índice Scot de Custo de Produção da Pecuária de Corte para sistemas de baixa e alta tecnologia, que medem a variação ponderada dos preços dos insumos para estes perfis de produção, e o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, respectivamente.
Veja o comportamento destas variáveis em relação ao preço do boi na figura 3.
Além da queda do preço do boi, tivemos aumentos tanto do custo de produção, de 4,9% para sistemas de baixa tecnologia e de 6,8% para sistemas de alta tecnologia, como uma inflação de 7,8%, medida pelo IGP-DI.
Portanto, além da redução dos preços recebidos pelos pecuaristas, os resultados ainda foram impactados pelo avanço dos custos de produção e da inflação.
Considerações finais
No ano passado a pecuária não atravessou um bom momento.
Para 2013, a receita é cuidar mais da gestão dos custos e resultados, dedicar atenção ao planejamento e ficar de olho nas possíveis oportunidades que aparecem nas épocas mais difíceis.