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Desoneração da cesta básica refletirá pouco

Quarta-feira, 13 de março de 2013 -08h54

Reflexo da isenção de impostos sobre os 16 produtos da cesta básica será pequeno ao consumidor. Isso porque 87,5% dos itens que compõem a cesta já estavam desoneradas do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) e de 50,0% deles também não era cobrado o PIS/Confins. Essa tributação incidia em 8 alimentos e produtos de higiene, que baixaram de 9,3% ou 12,5% para zero. Ainda assim, o percentual de redução não corresponderá ao mesmo recuo esperado no valor dos produtos, afirma Kássio Catena, presidente da Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat).


Ele ressalta que outros custos fazem parte da composição de preços das mercadorias, principalmente o frete. "Por mais que reduziu a energia, aumentou mais de uma vez o combustível. A gente não pode se iludir muito". Em todo o caso, conforme a Asmat, a medida do governo federal refletirá no preço dos produtos a partir da 2ª quinzena de abril porque muitas compras já estão fechadas.


Considerando que a maioria dos itens já estava desonerada, para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), Paulo Gasparoto, o recurso "economizado" pela população no supermercado não será capaz de mudar o cenário de desmotivação das pessoas para o consumo. "Entendo como uma decisão política e eleitoreira. Não vejo na realidade que esse volume de desoneração vá mudar o preço da cesta básica e seja capaz de causar aumento no consumo".


"Pode até ter jogada política, mas está acompanha em questões econômicas", contradiz o economista Benedito Pereira, frisando que para quem ganha R$10,00 mil por mês a medida não significa nada, mas para quem recebe 1 salário mínimo poderá ser muito. "Quando a questão envolve cesta básica não pode ser considerada brincadeira. Não pode fazer parte de uma plataforma política, porque tratamos de uma política contra pobreza e até de melhoria de níveis nutricionais".


O especialista confirma, entretanto, que a desoneração das alíquotas dos alimentos básicos não fará expandir a consumo dessas mercadorias. A população continuará comprando a mesma quantidade. Segundo Pereira, a discussão mais importante é se essa redução dos tributos vai ser repassada e como o governo vai controlar isso. De acordo com o presidente da Asmat, "o que chegar mais barato, vai ser repassado mais barato. Mas o impacto da medida nas vendas também não será expressivo por serem produtos básicos".


Vantagens


Quanto à isenção do PIS/Confins, a expectativa é que traga outra vantagem para os supermercadistas que poderão competir com açougues e pequenas mercearias, que tinham o benefício de não pagar por esses impostos por terem faturamento menor. Além disso, o supervisor-geral da rede de supermercados Compre Mais, Derli Locatelli, acredita que outra situação possível será a "migração" de consumo com a sobra de dinheiro. As pessoas poderão comprar outras mercadorias consideradas supérfluas, como enlatados, gerando assim algum aumento nas vendas.


Não é o que Vaudinete Gusmão, 31, fará com o que conseguir economizar. A auxiliar de tesouraria tem esperança de que a redução dos impostos realmente chegue às gôndolas para que possa usar o dinheiro no pagamento das contas de água ou telefone. Quando às despesas com alimentos, ela diz estar adaptada a planejar as compras diante das altas e baixas de preços.


Fonte: Suino.com. Pela redação. 12 de março de 2013.