Pisoteado nas últimas semanas, o tomate deverá ser esquecido a partir de agora. A oferta melhora, e os preços começam a voltar ao normal.
Apenas neste mês, a queda acumulada dos preços já é de 43,0% na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).
O tomate viveu nos últimos meses um período de incertezas agrícolas, muito comum a vários produtos do setor. A safra do ano passado foi muito boa, a oferta cresceu e os preços despencaram.
Houve uma migração de muitos produtores para outras culturas. O resultado foi uma redução na área plantada e uma oferta menor neste início de ano.
A avaliação é de Josmar Macedo, assistente-executivo da Ceagesp. Para ele, a situação foi agravada devido ao excesso de chuva no período de colheita. A queda de oferta fez o preço disparar.
Redução de área e chuvas provocaram uma queda de 27,0% na oferta de tomate na Ceagesp nos três primeiros meses deste ano em relação a igual período de 2012.
Macedo acrescenta um terceiro fator de pressão nos preços. A coincidência de todo esse cenário desfavorável de produção com uma demanda forte na Semana Santa.
Com isso, o quilo do tomate extra AA foi negociado a R$7,81 no fim de março na Ceagesp. Ontem estava a R$4,42. "Agora o clima ajuda, o produtor consegue produzir e a oferta aumenta."
Na avaliação dos pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a descapitalização do produtor, devido aos preços baixos no ano passado, provocou uma redução de área de 17,5% nas principais regiões de produção.
A estimativa mais recente do IBGE indica 3,80 milhões de toneladas para este ano, 2,4% menos do que se estimava no início do ano.
Em algumas regiões, como o Paraná, a queda de produção atinge 41,0% sobre a anterior. Em Goiás, líder nacional, a redução deverá ser de 10,0%, segundo o IBGE.
A pressão no bolso do consumidor, que chegou a 27,0% nas últimas quatro semanas, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), começará a diminuir.
João Paulo Deleo, do Cepea, afirma que a situação ainda pode ser instável porque não houve um aumento consistente de oferta.
Fonte: Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 11 de abril de 2013.