A cotação do boi gordo paulista atingiu, em julho, o valor mais baixo dos últimos 35 anos, talvez da história: R$52,00/@, com base numa série histórica de preços corrigidos pelo IGP-DI.
Como São Paulo é a praça “balizadora” de preços do país, provavelmente o mesmo aconteceu na maioria das regiões pecuárias do Brasil.
No entanto o final de ano pode trazer algum alento aos produtores. Além da tendência de redução do volume de animais confinados e semiconfinados, espera-se que o consumo de carne bovina aumente.
Isso porque devem ser injetados na economia cerca de R$64 bilhões. Os recursos virão de benefícios pagos pela Previdência Social (auxílio doença, salário materinidade, etc.), restituição do imposto de renda, abono do PIS, parte dos expurgos do FGTS referentes aos planos Verão e Collor 1 e, por fim, do 13º salário, cujo total pode ultrapassar R$45 bilhões.
Isso sem contar a injeção de ânimo em função do aumento do salário mínimo de R$260,00 para R$300,00.
A demanda relativamente aquecida, frente uma oferta mais contida de carne bovina, pode sustentar a recuperação das cotações da arroba.
No entanto, dois fatores devem limitar os aumentos. O dólar baixo e a parcela dos recursos que deverá ser destinada para pagamentos de dívidas e impostos. (FTR)