O poder de compra do pecuarista diminuiu no primeiro semestre de 2013.
Em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 5,0%, em média, na relação de troca entre arroba do boi gordo e os insumos.
Para esta análise foram considerados quarenta e oito insumos entre alimentos, benfeitorias, defensivos, fertilizantes e medicamentos veterinários e o preço recebido pelo bovino terminado na praça pecuária de São Paulo.
Veja na figura 1. As barras verdes significam maiores gastos em 2013 para aquisição dos insumos.
Note que em todas as categorias de produtos há itens que apresentaram uma relação de troca melhor e outros uma relação de troca pior.
A exceção é para o grupo dos alimentos concentrados.
Neste grupo a relação de troca com a arroba do boi gordo piorou para todos os componentes. Má notícia para a entressafra.
Este estudo revela que os preços dos insumos variaram acima da cotação da arroba do boi gordo e fez com que o pecuarista perdesse poder de compra.
Veja na figura 2 que durante praticamente todo primeiro semestre do ano, em valores reais, deflacionados, o pecuarista recebeu menos pela arroba em relação a 2012, ou seja, diminuiu o poder de compra.
A exceção aconteceu em junho, em função da transição entre safra e entressafra, quando a oferta de boiadas diminui e o preço do boi sobe.
Quando a relação de troca piora há um desinvestimento na atividade, impactando diretamente no resultado das vendas de insumos.
Este quadro pode ser visualizado na figura 3. As vendas de sêmen, por exemplo, apresentam retração nos anos de queda dos preços da arroba do boi gordo.
Considerações finais
Apesar do preço da arroba do boi gordo ter se sustentado ao longo do primeiro semestre, em relação a 2012, o pecuarista recebeu menos.
Tempos difíceis para todos, pois com o pecuarista descapitalizado o investimento em tecnologia, traduzido principalmente pela compra de insumos, é desestimulado.