A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) divulgou no dia 10 de dezembro o terceiro levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos 2013/2014.
A área plantada e a produção brasileira de soja foram revisadas para cima, em relação ao relatório anterior, de novembro.
Estão previstos 29,45 milhões de hectares ocupados com a cultura na temporada. O plantio está na reta final nas principais regiões produtoras do país.
Houve aumento de 1,1% frente à área estimada no relatório de novembro. Na comparação com a safra passada (2012/2013), o incremento é de 6,2%.
As revisões positivas ocorrem desde o primeiro levantamento da CONAB, divulgado em outubro deste ano. Veja a figura 1.
A produção brasileira está estimada em 90,02 milhões de toneladas na safra atual, 1,1% maior em relação ao previsto no levantamento anterior. Em relação à 2012/2013 são mais 8,52 milhões de toneladas ou um incremento de 10,5%.
Os estoques internos também foram revisados para cima. Estão estimadas 5,11 milhões de toneladas de soja ao final de 2013/2014, 6,9 vezes mais frente as 739,40 mil toneladas estocadas ao final de 2012/2013.
A recuperação dos estoques brasileiros colabora com um cenário conservador para os preços do grão em curto e médio.
O bom desenvolvimento das lavouras brasileiras até o momento também cria uma expectativa positiva a cerca da disponibilidade do grão no país.
É preciso, porém, ficar de olho na safra e estoques norte-americanos, e na demanda mundial, é claro.
No relatório de oferta e demanda divulgado no dia 10 de dezembro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou a produção norte-americana em 88,66 milhões de toneladas em 2013/2014, mesmo volume apresentado no relatório passado, de novembro.
Com a revisão do consumo e das exportações norte-americanas para cima, os estoques nos Estados Unidos foram revisados para baixo. Estão estimadas 4,07 milhões de toneladas estocadas ao final da temporada, frente as 4,63 milhões de toneladas estimadas em novembro.
A revisão para baixo dos estoques norte-americanos poderá interferir no mercado, dando sustentação as cotações, mais em curto e médio prazos, já que a demanda pela soja dos Estados Unidos está aquecida.
Considerando o cenário mundial, os estoques finais estão estimados em 70,62 milhões de toneladas de soja em 2013/2014, frente as 70,23 milhões de toneladas estimadas no relatório de novembro e as 60,18 milhões de toneladas no final de 2012/2013.
Isto porque o USDA revisou para cima a produção argentina em um milhão de toneladas, num total de 43,50 milhões de toneladas em 2013/2014.
A expectativa de recomposição dos estoques mundiais é um fator baixista para o preço da soja em médio e longo prazo, em especial quando a colheita começar na América do Sul, a partir do final de janeiro de 2014.