Os portos do chamado Arco Norte do país devem escoar 26 milhões de toneladas de grãos na safra 2014/2015. Foi o que informou o secretário de Política Agrícola, Seneri Paludo, durante o seminário Perspectivas para o Agribusiness 2014 e 2015, promovido pela BM&FBovespa, em São Paulo (SP).
Na safra 2013/2014, o volume embarcado pela região foi de 16 milhões de toneladas, disse Paludo. De acordo com o secretário, com o maior escoamento da safra pelo Norte, a expectativa é de que a redução do preço do frete seja em torno de 30,0% até a safra 2015/2016. "Se a gente conseguir isso, vai ser um grande avanço em relação ao que se tem hoje".
Paludo não comentou a iniciativa a União Europeia, de questionar na Organização Mundial do Comércio (OMC) o no Plano Safra anunciado pelo governo brasileiro. Segundo ele, o Ministério ainda não está ciente dos detalhes. "A gente não foi oficializado ainda, mas sem dúvida terá um trabalho muito forte junto ao Itamaraty.
O novo Plano Safra, que no ciclo 2014/2015 deve disponibilizar R$156,0 bilhões para o financiamento da safra, foi o tema da apresentação do secretário de Política Agrícola no seminário. Destacando a ampliação de valores de algumas linhas de crédito, Seneri Paludo disse que um dos fatores determinantes do valor foi a expectativa de aumento médio de 10,0% a 15,0% no custo de produção das principais commodities no Brasil.
Outro fator foi a expectativa de aumento da área plantada. Na próxima safra de grãos, a semeadura deve atingir 58 milhões de hectares, com uma perspectiva de colheita superior a 200,0 milhões de toneladas. "Estamos trabalhando junto às instituições financeiras para que o acesso do produtor ao crédito seja mais facilitado", garantiu o secretário.
No Plano para a atual safra, foram disponibilizados R$136,0 bilhões. De acordo com o secretário de Política Agrícola, nos dez primeiros meses do calendário agrícola, foram contratados R$127 bilhões. A expectativa é a de que o volume supere os R$140,0 bilhões, ultrapassando o previsto pelo governo.
Seguro e taxas
Seneri Paludo também comentou o fato do montante previsto para a subvenção do seguro rural ter sido mantido em R$700,0 milhões. O secretário reconheceu que o governo chegou a ser questionado do motivo do volume não ter aumento. Disse, no entanto, que mais do que o volume, a preocupação do governo é com a qualidade dos instrumentos que chegam até o produtor rural.
"Precisamos evoluir na relação custo-benefício do seguro para o produtor rural", disse ele, destacando, por exemplo, a necessidade de revisão do zoneamento agroclimático, que define as áreas prioritárias para a política de seguro.
Outra prioridade do governo, de acordo com Seneri Paludo, é a unificação de taxas de cartório, que segundo ele, impõem custo ao produtor rural. O secretário destacou que há diferenças de preços de registros de títulos de acordo com o estado onde ele é feito. "Há um comprometimento, inclusive com direcionamento da Presidência da República para harmonizar as taxas de cartório."
Paludo garantiu também que o Ministério da Agricultura vai "marcar posição" em relação à necessidade de acelerar registros de agroquímicos, para dar mais alternativas ao produtor no combate de pragas e doenças na lavoura. "O produtor não pode ser pego no contrapé porque isso representa aumento de custos. Tem que ter alternativas."
Fonte: Globo Rural. Por Raphael Salomão. 29 de maio de 2014.