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Brasil pode perder espaço no comércio mundial de carne de frango

Segunda-feira, 28 de julho de 2014 -09h03

O trabalho mais recente desenvolvido em conjunto pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) sugere, para os dez anos entre 2014 e 2023, expansão de 26,0% nas exportações brasileiras de carne de frango - média de 2,4% ao ano.


Uma vez que esses índices são inferiores aos previstos para as exportações globais de carne do frango do período - para elas é apontado incremento de 32,4%, média próxima de 3,0% ao ano - tal projeção significa perda de participação da carne de frango brasileira no comércio internacional. Uma queda de quase 5,0% em relação ao índice atual - de 31,4% em 2013 (números preliminares da OCDE/FAO) para 29,9% em 2023.


Mas tem mais: as mesmas projeções indicam que, na década em pauta, as exportações norte-americanas de carne de frango terão crescimento da ordem de 30,2%, o que significa não apenas desempenho melhor que o brasileiro, mas também que os EUA podem voltar a ocupar a liderança nas exportações mundiais de carne de frango, posição que o Brasil detém desde 2004. Ou seja: mesmo registrando pequena perda de participação no comércio mundial, a participação norte-americana passaria a ser ligeiramente maior que a brasileira - de 30,2% sobre o total exportado mundialmente.


É importante notar, de toda forma, que as projeções OCDE/FAO trazem o que se poderia considerar "incongruências à primeira vista inexplicáveis". Pois estimam, por exemplo, que no ano que vem as exportações mundiais de carne de frango apresentarão incremento de 5,1%, índice bem superior à média prevista nos outros nove anos, da ordem de 2,6% ao ano. E, no tocante a Brasil e EUA, sugere, para dentro de dois anos (2016) que enquanto as exportações norte-americanas crescerão 5,0%, as brasileiras recuarão perto de 1,0%.


Em outras palavras, eliminados os índices que fogem ao padrão médio, as exportações brasileiras terão crescimento próximo ao da média mundial. E as norte-americanas, embora apresentando índice de evolução ligeiramente superior, continuarão, em volume, aquém das efetuadas pelo Brasil.


Mesmo assim, não custa ficar atento às tendências apontadas. Pois as deficiências e ônus de ordem interna põem em risco a liderança do Brasil no comércio mundial de carne de frango.


Fonte: Avisite. 25 de julho de 2014.