As chuvas, finalmente chegaram. É hora de correr com a reforma e recuperação de pastagens. E para o pecuarista que esperou até novembro para comprar insumos, com medo da estiagem não terminar ou porque aguardava a venda da boiada para fazer caixa, acertou.
Nunca esteve tão "fácil" adquirir fertilizantes. Em novembro ocorreu a melhor relação de troca - arroba versus adubo - já registrada.
Em novembro, foram necessárias 5,44 arrobas para adquirir uma tonelada de superfosfato simples (S.S.).
A receita de um boi gordo com 18@ de carcaça em São Paulo foi suficiente para comprar adubo para 16,5 hectares de pasto, considerando a dosagem de 200kg de S.S./ha. A tonelada do insumo está cotada em R$779,00, em média.
Para a ureia, a relação de troca está em 8,64 quilos do adubo/arroba. Figura 1.
A quantidade de bois necessária para adquirir superfosfato simples para mil hectares, há um ano, é a mesma que permite hoje comprar o insumo para 1,23 mil hectares.
As condições de compra nos próximos meses
Historicamente, dezembro é um mês de retração de preços dos adubos, já que a maior parte dos agricultores, que são os produtores que movimentam esse mercado, já está com o produto comprado. Veja figura 2.
A partir desse comportamento histórico das cotações dos fertilizantes e dos preços da arroba apontados pelo mercado futuro, é possível desenhar um cenário ainda mais promissor para o poder de compra do pecuarista.
Na BM&F Bovespa, no dia 25/11, o contrato do boi gordo para dezembro estava precificado em R$144,85/@. A cotação do superfosfato simples, normalmente, entre novembro e dezembro, cai, em média, 1,5%.
Confirmada estas expectativas, teríamos o insumo cotado em R$767,50/tonelada, o que levaria a relação de troca para 5,29 arrobas por tonelada de adubo, ou seja, resultado melhor que o de novembro.
Porém, apesar do otimismo, é preciso cautela quando lidamos com o mercado. Há fatores que podem pressionar o preço da arroba.
Se de um lado as perspectivas de preços são positivas, ajudadas no último bimestre pelo sazonal aumento de renda da população que leva a aumento no consumo de carne, ao mesmo tempo, existem regiões onde o capim já começa a dar condições para terminação de boiadas e a chuva a dificultar o manejo nos confinamentos. Estes dois fatores podem melhorar as compras das indústrias.
Além disso, em função do cenário econômico do país, as contratações temporárias do comércio podem ser mais "justas" neste final de ano.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a expectativa é que as vendas de final de ano subam 2,3% em 2014, o pior desempenho da última década.
Por fim, é preciso antes de esperar o melhor preço e o menor custo, garantir a compra quando o bom momento se apresenta. Certamente é a decisão mais segura e a de menor risco.