Essa análise foi sugerida por um leitor. Ele está de olho nos contratos futuros de boi gordo e não encontra explicações para preços, no final do ano, abaixo do se encontra no mercado físico hoje.
Na terça-feira (quarta foi feriado no Estado de São Paulo), o contrato de outubro/08 foi negociado a R$91,60/@ na BM&F. Vamos considerar que, a prazo, seria algo equivalente a R$92,60/@.
No mesmo dia, no físico, o boi foi negociado, a prazo, a R$94,00/@ em São Paulo. Portanto, o mercado futuro está precificando uma queda de 1,5% para o boi até o final do ano.
Mas o que nos diz a história? Acompanhe, na tabela abaixo, a variação dos preços médios do boi gordo, entre julho (início de entressafra) e outubro, ao longo dos últimos anos.
Veja que é bastante raro o boi, em outubro, recuar na comparação com julho. Recuar em relação à setembro acontece com mais freqüência, mas em relação ao início da entressafra é realmente difícil.
De 1995 para cá isso aconteceu apenas duas vezes. Em 1995 mesmo, que foi o final da fase de baixa do ciclo pecuário anterior (e agora o mercado está, provavelmente, em meados da fase de alta de um ciclo iniciado em 2006) e em 2004, quando houve um aumento muito forte no volume de animais confinados, algo em torno de 15% em relação a 2003.
Para este ano, pesquisa da Scot Consultoria, realizada em abril, apontava uma intenção de aumento em torno de 20% no volume de animais confinados, no Brasil, em relação a 2007. Esse é o “perigo” para os preços do boi em outubro.
Mas é preciso considerar, primeiro, a distribuição das vendas do gado de cocho. Será que haverá concentração?
Depois, tem a questão do custo de produção, que já ultrapassou os R$100,00/@ engordada. Veja análise divulgada na terça-feira, neste mesmo espaço
(clique aqui).
Diante desse quadro, custos em alta e mercado futuro apontando preços relativamente baixos para o boi em outubro, será que o confinamento aumenta mesmo 20%? (FTR)