Notícia divulgada ontem (15/7) pela Meat and Poultry (www.meatpoultry.com) revela um avanço nas pesquisas sobre a composição lipídica da carne bovina.
Dietas com altas quantidades de gorduras saturadas podem estar associadas a um aumento de doenças cardiovasculares. A gordura saturada é encontrada, primeiramente, em alimentos de origem animal, incluindo carnes bovina, ovina, suína e de frango (com pele).
Cientistas da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, identificaram genes que regulam a deposição de gordura na carne de bovinos.
Os depósitos de gordura em bovinos e outros animais ruminantes são menos dependentes da alimentação que em animais não-ruminantes, como suínos e aves. No sistema digestório de ruminantes, enzimas produzidas por microorganismos da flora ruminal, promovem a quebra da maioria das gorduras insaturadas da dieta, transformando-as em gorduras saturadas, que são depositadas, sob esta forma, no músculo dos animais.
Três polimorfismos genéticos (S.N.P´s) relacionados à produção de ácidos graxos em bovinos de corte foram pesquisados pelo Dr. Donald Beitz e colaboradores da Universidade de Iowa. Eles focaram a relação entre características genéticas para alta quantidade de gordura e o atual depósito de gordura muscular em animais da raça Angus.
Os S.N.P’.s ocorrem quando um nucleotídeo é alterado na seqüência genômica. Muitos cientistas acreditam que o mapeamento destes SNP´s permitirão a identificação de múltiplos genes associados à produção e composição corporal dos animais.
Os criadores de gado poderão então utilizar descobertas como esta na seleção de animais com baixa taxa de depósito de gordura saturada e produção de produtos mais saudáveis para o consumo humano. Assim, poderão selecionar animais que sejam capazes de depositar maiores quantidades de gorduras insaturadas (de melhor qualidade).
Muitos consideram as gorduras saturadas da carne bovina como a maior ameaça à ocorrência de doenças cardiovasculares. Os ácidos graxos poliinsaturados e monoinsaturados também são encontrados na carne bovina, mas não oferecem riscos eminentes a saúde humana.
No Brasil, estudo semelhante está sendo desenvolvido pelo grupo de melhoramento animal e biotecnologia (GMAB), da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, com animais da raça Nelore, encaixando perfeitamente pesquisas desta importância à realidade pecuária brasileira (MNB).