Em interessante artigo do Jornal O Globo de hoje, relata-se que a escassez de água no Brasil e no mundo tem levado pesquisadores a buscar novos meios de suprir essa demanda. Em outro artigo já tinha citado, por exemplo, a máquina de transformar umidade do ar em água, ou a máquina de super-dessalinização da Lockheed. Então hoje eu vou dar outro foco, que tem tudo a ver com a matéria, que é a ideia de destruição criativa.
A destruição criativa é um conceito concebido pelo grande economista Joseph Schumpeter, onde ele ensina que as crises e as necessidades sociais criam um estímulo irresistível para que os agentes de mercado ajam para suprir tais demandas, sempre em busca de lucro.
Não raro se vê grupos sociais protestando e buscando influenciar os governos, via grupos de pressão, na tentativa de minorar o efeito da destruição criativa, pois ela gera efeitos negativos para os "destruídos" ou seja, para aqueles cujo trabalho virou obsoleto frente às novas tecnologias que, no entanto, costumam trazer benefícios muito maiores para toda a sociedade. Esse ato, que podemos chamar de neo-ludismo, é extremamente nocivo para o aumento da riqueza social, pois as inovações, para prevalecerem, normalmente geram um grande aumento de produtividades de bens e serviços, ocasionando em maior consumo e maior poupança, sendo que esta, por sua vez, acaba gerando mais investimentos e mais aumento de riqueza. Atrasa-se o progresso e a liberdade.
O capitalismo, entre crises e oportunidades e entre criações e destruições, popularizou o ato de produzir milagres. Antigamente, quando Alguém transformava água em vinho, isso era um acontecimento histórico único. Atualmente, vendo cientistas conseguirem transformar ar (no caso dos engenheiros de Campinas), esgoto (no caso dos financiados por Bill Gates) e água do mar (no caso da Lockheed) em água potável me faz sentir como se vivesse em uma época de mitos, e sou muito grato por isso.
Por Bernardo Santoro